Rui Maria Pêgo contra encerramento de espaços culturais: "Haverá pobreza, fome e pessoas a ficar sem casa"
Comunicador manifestou a sua revolta contra a decisão do Governo de fechar espaços culturais.
Rui Maria Pêgo recorreu às redes sociais, esta quarta-feira, para expressar a sua revolta contra o encerramento dos espaços de Cultura no país. O comunicador manifestou a sua indignação perante as medidas anunciadas pelo primeiro-minitro António Costa sobre o confinamento obrigatório, que entrou em vigor esta sexta-feira.
O filho de Júlia Pinheiro começou por recordar a peça de teatro da qual fez parte, em plena pandemia: "Durante seis meses, fiz parte de um espetáculo de teatro que levou milhares de pessoas ao teatro, em segurança. Fizemos apresentações, de noite, à tarde, e, até, de manhã. As lotações foram reduzidas, os atores testados, as bolhas das pessoas com quem nos cruzávamos regidas de forma espartana (...)"
"Os protocolos para ir ver espetáculos em 2020 eram apertados. Distância,
O radialista não compreende como igrejas continuam abertas e os principais jogos de futebol não são cancelados. "Ninguém discute a dificuldade do momento que atravessamos, ninguém põe em causa a violência que é transversal a todos, mas a cultura não vale menos do que as cerimónias religiosas, ou do que eventos desportivos. Talvez seja mais perigosa, porque nos faz duvidar sobre o que há e o que é, mas é saudável, sempre, porque reflete o tempo.
No final do desabafo, Rui Maria Pêgo alertou para os problemas futuros que irão surgir como consequência da paragem no mundo do espectáculo."Convém lembrar que apenas um dos candidatos presidenciais – que eu saiba -, se debruçou sobre a cultura, esse eterno enteado enfesado escondido na despensa. Soubemos hoje [quarta-feira, 13 de janeiro] que os espetáculos estão proibidos durante esta fase de confinamento geral. Repito: não houve casos em teatros ou cinemas. Mas haverá casos de pobreza extrema, fome, gente a ficar sem casa, muitas famílias que nem sequer têm caras conhecidas, e que provavelmente não poderão contar com apoios mágicos. Não duvido da exigência do momento, não argumento que a cultura vale mais do que os outros sectores que tantos desempregados vão gerar, mas não significa, certamente, menos. Boa sorte a todos. Dê la por onde der, havemos de dar a volta. #aculturaésegura", rematou.
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