Simone de Oliveira: medo de ser violada
A cantora foi enviada para a Angola para cantar para as tropas portuguesas
Em 1962, Simone de Oliveira, juntamente com Lurdes Resende, Mara Abrantes e Deolinda Rodrigues, foram enviadas para Angola, no meio da guerra colonial, com o objetivo de atuar para as tropas portuguesas.
Em conversa com Júlia Pinheiro, Simone revelou que ao todo foram 99 concertos e que fez um pacto com as restantes mulheres.
"Tínhamos feito um pacto, as quatro mulheres. Acontecesse o que acontecesse, se alguém se tivesse metido connosco – não temos nada a dizer de ninguém –, nós calaríamos porque eles seriam encostados à parede e fuzilados", disse.
Na altura, a cantora tinha apenas 23 anos e tinha dois filhos, António e Eduarda, de três anos e um na altura, que ficaram à guarda dos seus pais em Portugal. Felizmente, não houve qualquer tipo de abuso e violação sexual, mas o medo era inevitável.
A cantora revelou a Júlia que o pior era "não perceber por que é que tínhamos sido mandados para ali, o que é que estava a acontecer".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt