Toy: "Afoguei as mágoas na bebida"

Toy conseguiu finalmente provar que não é pai de Gabriel, o filho que uma cabeleireira garantia ser seu. No entanto, continua a ver os seus bens penhorados num processo que durou mais de seis anos e que teve graves consequências psicológicas, morais e até físicas, ao sofrer um AVC.

- O seu nome já não consta do registo de nascimento do Gabriel?

- Ainda está. Sofri tanto com este processo que já nem sei o que pensar. Só vou acreditar que tudo acabou depois de olhar para o registo e ver que não está lá o meu nome.

- Sente-se aliviado por ter sido finalmente provado que ele não é seu filho?

- A única palavra que me ocorre é injustiça. Durante seis anos ter de pagar um filho que não é meu é muito injusto, ainda por cima esse dinheiro não me vai ser devolvido.

- Tinha esperança de reaver esse dinheiro?

- Não conheço bem as leis, mas o que me parecia justo e lógico seria descobrir-se quem é o pai e ele repor o que paguei.

- Estamos a falar de quanto?

- Foi muito dinheiro. Incluindo despesas de tribunal e advogados foram cerca de 50 mil euros. E ninguém vai conseguir pagar o sofrimento psicológico, profissional e moral.

- Entretanto, tem bens penhorados por ter deixado de pagar a pensão de alimentos...

- Ainda há um mês foram quase dois mil euros da Sociedade Portuguesa de Autores para a penhora.

- Como está a sua saúde?

- O AVC que tive foi repercussão de uma série de problemas psicológicos. Afoguei as mágoas exagerando na comida e bebida. O colesterol e a tensão estavam altos e o sistema nervoso alterado. Gostava de saber o que teria acontecido se tivesse morrido.