As professoras têm mais conhecimento sobre adoção do que os professores.
Um estudo desenvolvido pela Universidade do Porto (UP) mostra que os professores primários têm falta de conhecimentos sobre a adoção e pouca preparação para ajustar a prática pedagógica nas respostas às necessidades das crianças adotadas.
Este é um dos resultados obtidos pelo Grupo de Investigação e Intervenção em Acolhimento e Adoção (GIIAA) da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UP (FPCEUP) no âmbito de um projeto onde foram entrevistados cerca de 600 professores de 150 escolas do Porto e de Coimbra.
De acordo com a coordenadora da investigação, Maria Barbosa-Ducharne, pretendia-se perceber como a escola e a comunidade escolar se posicionam face à adoção, centrando-se na figura do professor, "significativa no seio das relações que as crianças desta idade estabelecem".
"As questões relativas à legislação da adoção constituem-se, para grande parte dos professores, um campo ainda desconhecido, visto que as respostas às perguntas dessa natureza foram sinalizadas de forma incorreta ou pela opção 'não sei'", explicou à Lusa a investigadora.
Outro dos resultados indica que as professoras têm mais conhecimento sobre adoção do que os professores e que os profissionais mais velhos e mais experientes são mais conhecedores de alguns aspetos específicos desta matéria.
Verificou-se também que não havia diferenças ao nível do conhecimento sobre a adoção entre professores que já tiveram contacto com crianças adotadas e aqueles que não tiveram, havendo, porém, diferenças quanto às práticas pedagógicas utilizadas.
Apesar de estes profissionais terem, para os investigadores, "um papel muito importante na facilitação da criança adotada na escola", os dados indicam que "não estão mais informados sobre adoção do que o público em geral", o que pode ser explicado pelo facto de não haver formação específica nesta área.
Confrontados com uma situação deste género "os professores são levados a procurar estratégias alternativas que possam ir ao encontro das suas necessidades", ajustamento baseado na sensibilidade e na experiência do profissional.
No âmbito de outro estudo desenvolvido pelo GIIAA, 125 crianças, com idades compreendidas entre os oito e os dez anos, foram questionadas (em casa) sobre o ambiente escolar e a forma como aí viviam o facto de terem sido adotadas.
"Os resultados mostram que a experiência de ser adotado, vivida na escola, é caraterizada tanto pelos sentimentos envolvidos como pelo conforto na comunicação acerca da adoção", referiu Maria Barbosa-Ducharne.
Segundo a investigadora, quando o contexto escolar é percebido pela criança adotada como mais discriminatório em relação à adoção, falar abertamente com os outros contribui para que ela se sinta menos triste, com menos raiva, menos diferente e menos confusa sobre quem é.
O estudo comprova ainda que as habilidades sociais da criança são um importante fator de proteção desta vivência na escola.
No entanto, e apesar de os investigadores partirem do princípio de que uma "comunicação aberta, sensível e flexível" em torno da adoção em contexto escolar seja positivo para o bem-estar da criança, "isso não acontece sempre da mesma forma para todas", optando algumas por não o revelar.
"É fundamental uma mudança de atitudes", defendeu a coordenadora, de forma a facilitar a integração e a aceitação e criar um espaço para discutir, "em termos mais rigorosos", as questões da adoção.
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