134 estão expostos na Biblioteca Pública de Angra do Heroísmo, na Terceira, Açores.
Duarte Gonçalves da Rosa, padre, maestro e funcionário da biblioteca pública de Angra do Heroísmo, nos Açores, tem uma coleção com cerca de 400 presépios de várias partes do mundo, que agora mostra ao público.
"Quando dei por mim já estava a colecionar, talvez por um fascínio que tenho por tudo aquilo que o presépio representa", adiantou, em declarações à Lusa.
A coleção tem já cerca de 400 presépios e, este Natal, até 07 de janeiro, 134 estão expostos na Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro, onde trabalha Duarte Gonçalves da Rosa, natural de Angra do Heroísmo.
O encanto pelos presépios começou ainda na infância, numa família "humilde, mas rica em valores", que sempre fez questão de cumprir a tradição.
"Na minha casa cultivava-se muito o fazer o presépio. Levava-se o advento todo a preparar as coisas para ter o presépio pronto para a festa do Natal", salientou.
Hoje atribuiu o fascínio pelos presépios à "mensagem de esperança" que transmitem, sobretudo para quem está em dificuldades, mas ainda assim "acredita na vitória do amor".
"Com o crescer, com o aprofundamento da consciência social e religiosa, acabei por perceber que o presépio é extremamente violento. Pode parecer chocante, mas não. Acaba por ser uma criança nascida longe da terra dos seus pais, por obrigação, por causa de um recenseamento imposto pelo despotismo do império romano, uma criança perseguida, que é obrigada a fugir para uma terra estrangeira", explicou.
Aos 59 anos, Duarte Gonçalves da Rosa continua a montar o presépio em família e a acreditar nos valores que representa, embora admita que isso não aconteça em todos os lares açorianos.
"Penso que esta cultura consumista às vezes suplanta este valor do presépio. O presépio é uma lição para que haja uma mudança definitiva na história da humanidade, para que se faça dos pobres e dos esquecidos os protagonistas da história", frisou.
Entre os presépios que coleciona há um de meados do século XX, que tem valor sentimental.
"Tenho um presépio de pasta de papel que é da minha bisavó. Sempre me lembro dele lá em casa. Estava-se a desfazer, mas uma colega minha restaurou-o", adiantou.
Há outros com valor artístico, como os presépios feitos por artesãos da ilha Terceira, em lapinha ou com materiais típicos, como as cabaças ou as folhas de milho.
A coleção de presépios de Duarte Gonçalves da Rosa é também uma viagem pelo mundo, já que há peças de praticamente todos os continentes.
"Nas viagens fui vendo que esta mensagem do presépio que dá primazia aos pobres e aos humildes sobre a soberba, o egoísmo e o triunfalismo é transversal a todas as culturas", sublinhou, acrescentando que os amigos também já lhe oferecem presépios quando viajam.
Apesar de a mensagem ser a mesma, os vários países vão inserindo elementos da sua própria cultura no presépio.
"A base é o pai, a mãe e o filho. No entanto, é curioso ver que, por exemplo, no presépio chinês a gruta de Belém é um pagode e os animais não são um burro e uma vaca, são um dragão e um panda, assim como no da Índia há um tigre. No presépio japonês a virgem está de quimono", explicou o colecionista.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.