Presidente conduziu sozinho até ao teatro e mediou conversa entre diretor e o ministro.
1 / 8
Marcelo Rebelo de Sousa decidiu ir ao Teatro da Cornucópia no dia para o qual estava anunciado o seu encerramento, e chegou a conduzir, sozinho, cerca das 15h00. Esta sua iniciativa levou o ministro da Cultura a cancelar uma visita a Castelo Branco e a dirigir-se também ao local.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acabou por sevir de mediador numa conversa entre o fundador e diretor do Teatro da Cornucópia, Luís Miguel Cintra, e o ministro da Cultura para evitar o fim desta companhia.
Esta conversa, que em que também participou a codiretora deste teatro, Cristina Reis, decorreu no palco da Cornucópia, e não teve um desfecho claro, mas terminou com o ministro Luís Castro Mendes a afirmar que "as conversações estão em curso, e continuam em curso".
Quando Luís Castro Mendes chegou, perto das 15h30, Marcelo Rebelo de Sousa já estava à conversa com Luís Miguel Cintra e Cristina Reis, os três rodeados de jornalistas, sentados no palco, e com outros atores à sua volta. "Senhor ministro, então já não foi a Castelo Branco", saudou o Presidente da República.
"Não, senhor, anulei a visita para vir aqui", respondeu Luís Castro Mendes. "Então sente aí, que estávamos aqui a ouvir, e eles estavam a narrar", retorquiu Marcelo Rebelo de Sousa.
Ao fim de uns 20 minutos de conversa, depois de os diretores do teatro reiterarem que não têm condições financeiras para continuar e o ministro referir que está a atuar face a um cenário de encerramento comunicado pela companhia, o Presidente da República procurou "fazer um ponto da situação".
"Mas hoje, dia 17 de dezembro de 2016, aquilo que eu ouvi dizer foi: nós estamos na disposição de repensar no sentido de continuar. Diz o senhor ministro: pois muito bem, nós estamos a falar, passamos a falar nessa onda. Até agora estávamos a falar na onde de fechar, a partir de agora passamos a falar na onda de não fechar, de fazer, ver se é possível. Eu acho que é isso que importa fazer", propôs.
Luís Miguel Cintra disse que "a situação continuaria exatamente na mesma de acordo com aquilo que o senhor ministro está a dizer que está disposto a fazer", acrescentando: "Percebo que seja difícil tomar uma decisão para fazer uma exceção. Perante isso eu não discuto. Eu verifico e digo: assim, a gente acaba".
Marcelo Rebelo de Sousa insistiu que se falasse "perante o novo cenário, perante o cenário que se admite, que é, em vez de acabar, continuar, se houver condições para continuar".
"Então aí o Ministério continua a falar convosco, sempre no quadro de que são uma exceção, porque são um caso diferente dos outros casos, para ver se é possível esse cenário", sugeriu, defendendo que "vale a pena falar mais um bocadinho, para ver se é possível ou não um projeto que não seja o do encerramento".
O ministro da Cultura afirmou, então, que "as conversações nunca foram encerradas, as conversações estão em curso, e continuam em curso".
"Foi boa ideia ter cancelado a ida a Castelo Branco, porque isto permite aqui, nesta nesga de esperança, ter aqui a sua presença, que é importante", concluiu o Presidente da República.
Luís Miguel Cintra agradeceu as presenças do chefe de Estado e do ministro e pediu-lhes que acreditassem que não está "a fazer chantagem de espécie nenhuma como é costume fazer-se na política", mas simplesmente a constatar as condições reais para a companhia se manter. "E isto não é uma forma de pressão sobre o Ministério".
Antes de se levantar, Marcelo Rebelo de Sousa observou: "Algum dia eu teria o sonho de não estar sentado na cadeira e vir a discutir aqui para o palco, é sempre o sonho de todos os espectadores".
Ministro quer "conversar"
Luís Castro Mendes revelou abertura para debater com a companhia a sua continuação.
"A companhia anunciou que queria encerrar. A partir do momento em que decide sobreviver, vamos conversar", declarou Luís Filipe Castro Mendes aos jornalistas, com o Presidente da República ao seu lado, no palco do Teatro da Cornucópia, em Lisboa, depois de os dois terem estado à conversa com a direção desta companhia.
O ministro da Cultura não quis falar de "excecionalidade em termos jurídicos", argumentando que isso "pode prestar-se a interpretações quanto à constitucionalidade", mas disse que se tem "estado sempre a falar na base da situação especial, que é uma situação, de facto, da Cornucópia".
"Não há excecionalidade. Há decisões que se tomam, face ao quadro orçamental que se tem, e face às necessidades. Evidentemente que a Cornucópia tem um peso institucional, um peso cultural, uma história, uma memória extraordinários, excecionais", declarou.
O ministro da Cultura cancelou uma iniciativa em Castelo Branco para se juntar ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que decidiu ir ao Teatro da Cornucópia no dia para o qual estava anunciado o seu encerramento.
Os dois acabaram por ter uma conversa de 20 minutos com os diretores deste teatro, Luís Miguel Cintra e Cristina Reis, registada pela comunicação social, que terminou sem desfecho claro.
Luís Castro Mendes referiu que "há uma dotação para 2017 que é igual à dotação que tiveram em 2016" e que a renda do teatro "também está garantida até ao fim de 2017".
O ministro repetiu que "as conversas" entre o Ministério da Cultura e a Cornucópia "estão a decorrer há bastante tempo, e continuam a decorrer e nunca foram interrompidas".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
                        O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário. 
                        O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
                    
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
                    Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login. 
                    Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
                
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.