Novos administradores enviaram uma carta aos trabalhadores.
1 / 2
Os novos presidentes da Caixa Geral de Depósitos (CGD) enviaram esta quarta-feira uma carta aos trabalhadores na qual consideram que a recapitalização e reestruturação do banco é uma "oportunidade" que não pode falhar e que dificilmente voltará a acontecer.
"A capitalização e a reestruturação da Caixa é uma grande oportunidade que nos é dada e todos temos de colaborar nesse processo de relançamento da instituição como uma referência no financiamento da economia nacional", disseram o presidente do Conselho de Administração da CGD, Rui Vilar, e o presidente da Comissão Executiva, Paulo Macedo, na carta a que a Lusa teve acesso.
Para os responsáveis do banco público que hoje iniciaram funções, a tarefa que agora arranca é de "uma grande responsabilidade", uma vez que "o país está a realizar um investimento elevado na Caixa numa época de recursos mais escassos", referindo-se ao aumento de capital do banco, num montante de cerca de 5.000 milhões de euros, dos quais 2.700 milhões de injeção direta do Estado.
Por isso - acrescentam -, o país "exigirá justamente que o mesmo seja bem aplicado e, se falharmos, dificilmente nos era dado outra oportunidade equivalente".
Para realizarem o trabalho que se segue, Rui vilar e Paulo Macedo pedem "grande envolvimento" e "energia" dos trabalhadores, tanto na recapitalização do banco, que já se iniciou, como na "melhoria dos serviços" prestados aos clientes.
"Por último, manifestamos a nossa firme convicção de que todos em conjunto saberemos dar uma resposta efetiva ao que nos é exigido pelo país, tributário primeiro de todo o nosso esforço numa instituição que a todos pertence e para todos terá de ficar os seus esforços e a sua dedicação sem limites ou hesitações", concluem os dirigentes do banco público.
A nova administração da Caixa Geral de Depósitos entrou hoje em funções, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter dado a necessária 'luz verde' aos membros que a integram.
A nova equipa de gestão é composta por oito elementos, dos quais apenas uma é mulher, tem o ex-ministro da Saúde Paulo Macedo como presidente da Comissão Executiva e Rui Vilar como presidente do Conselho de Administração.
Francisco Cary (que já renunciou ao cargo de vogal do Conselho de Administração do Novo Banco), João Tudela Martins (que integrava a equipa de António Domingues), José de Brito (quadro da Caixa), José João Guilherme (ex-administrador do Novo Banco), Maria João Carioca (antiga presidente da bolsa de Lisboa) e Nuno de Carvalho Martins (que sai do gabinete do secretário de Estado do Tesouro e Finanças) completam a lista de nomes propostos pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, que Frankfurt aprovou.
Esta nova administração da CGD sucede à liderada por António Domingues, que entrou em funções no final de agosto passado, mas que sairia no final de 2016 na sequência de várias polémicas, nomeadamente da possibilidade de não entregarem as declarações de património e rendimento junto do Tribunal Constitucional.
A CGD está agora em processo de recapitalização que servirá para que o banco assuma maiores níveis de imparidades (perdas potenciais, nomeadamente com créditos), cumpra rácios de capital (indicadores de solvabilidade da instituição) mais exigentes e ainda faça face aos custos de reestruturação.
Prevê-se que o banco entre num processo de mudança comercial e operacional, que incluirá a saída de mais de 2.000 trabalhadores nos próximos anos, nomeadamente através de acordos mútuos.
A Lusa contactou a comissão de trabalhadores da CGD sobre a carta hoje enviada pela nova administração, tendo o coordenador, Jorge Canadelo, considerado que esta é "motivadora", mas afirmado que também seria importante que fossem dados sinais aos trabalhadores de que os seus esforços serão recompensados.
"Nunca houve da parte dos trabalhadores da Caixa o virar a cara às necessidades da empresa (...). Os trabalhadores sentem que devia haver um sinal e que devia acabar a estagnação destes anos todos", afirmou o coordenador da CT, referindo-se ao facto de nos últimos anos ter havido cortes nas remunerações e de as progressões na carreira estarem congeladas.
O representante da estrutura representativa dos trabalhadores da CGD pede ainda que seja completamente aplicado o Acordo de Empresa e diz que já foi pedida uma reunião à nova administração precisamente com o intuito de expor as preocupações laborais.
Jorge Canadelo lamentou ainda que a administração da CGD se refira aos trabalhadores como "colaboradores", afirmando que se trata de uma troca de palavras com o objetivo psicológico de "afastar os trabalhadores do fundamental, que é seu vínculo laboral".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.