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Uma peça sobre o absurdo da vida

António Pires está a apresentar o 'Godot' de Beckett em Lisboa.

07 de outubro de 2025 às 01:30

É o clássico dos clássicos. Ou pelo menos um deles. Uma daquelas peças com que todos os encenadores e todos os atores sonham. ‘À Espera de Godot’, de Samuel Beckett, é a nova criação de António Pires no Teatro do Bairro, em Lisboa, e responde a um “anseio antigo”.

“Desde que comecei a fazer teatro que penso nesta peça”, admite o criador. “Mas houve um momento em que se deu o clique e que pensei: tem de ser agora. Foi a seguir a ter feito uma encomenda de comida por uma dessas empresas de transportes e de me ter chegado a encomenda errada. Tentei explicar ao homem que não era aquilo que eu tinha pedido, mas como fazê-lo? Ele não falava nem português nem inglês”, recorda.

A sensação de perplexidade e absurdo que lhe deixou a experiência, levou-a António Pires para o palco. Uma forma de refletir sobre “estes escravos que enchem as nossas cidades” e cujos ecos encontrou no texto de Beckett. “Na nossa companhia temos feito muitos clássicos, sempre com esta preocupação: a de levar para a cena os valores humanistas que formaram a minha geração. E por alguma razão se diz destes textos que são clássicos: é porque encerram esses princípios e sabem dar-lhes expressão”, acrescenta o encenador que para esta aventura convidou os atores Adriano Luz, João Barbosa, Carolina Campanela, Francisco Vistas e Mário Sousa. “São atores que já trabalharam comigo noutros espetáculos e que sabia que seriam perfeitos para estas personagens”, conclui António Pires, que estará a apresentar este ‘Godot’ até 2 de novembro.

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