Quando se trata de futebol, frequentemente, as coisas não são o que parecem. Tomemos como ilustração um exemplo recente: Pedro Proença, o árbitro de Lisboa, foi nomeado para dirigir o jogo entre o Benfica e o Tottenham na terça-feira passada no Estádio da Luz. Proença não voltou ao relvado depois do intervalo e foi substituído por José Gomes, o quarto árbitro apontado para a ocasião. O que é que se terá passado com o árbitro ao intervalo? – interrogaram-se os 30 mil espectadores que se deslocaram ao estádio para assistir ao jogo da Eusébio Cup.
Era verdade que o Benfica perdia ao intervalo, por 1-0, mas as culpas não podiam, de modo nenhum, ser atribuídas ao juiz da partida e, assim sendo, não havia motivo algum para ter sido raptado durante o descanso ou mesmo castigado por algum dos stewards de serviço. Como se não bastassem estas dúvidas metódicas, para alimentar cenários piores, Pedro Proença haveria de surgir do túnel da Luz com um pé engessado quando a segunda parte do jogo estava prestes a iniciar-se. “Pronto, já está, bateram-lhe!”, concluiu precipitadamente o público da Luz. Pois enganaram-se redondamente! E para fazer prova da velha máxima que reza que “os árbitros também são humanos”, Proença resolveu – e muito bem – lesionar-se no pé direito no decorrer primeira parte e foi apenas esse o inocente motivo que o impediu de arbitrar a segunda parte do Benfica-Tottenham.
Logo que acabou o jogo, Proença explicou a situação aos jornalistas presentes pondo fim a uma especulação que não demorou mais do que 45 minutos a ser esclarecida. Assim é que as coisas se deviam passar, não deixando rasto a dúvidas maldosas e a teorias infundadas.
Curiosamente, nesta mesma semana, foi finalmente esclarecida uma outra situação, bem mais antiga e que demorou 18-anos-18 a ser explicada pelo seu protagonista, um outro árbitro, José Pratas, a quem coube dirigir em 1992 uma final da Supertaça entre o Benfica e o FC Porto, em Coimbra. O público nas bancadas e os espectadores que seguiram o jogo pela televisão ficaram com a ideia de que José Pratas foi perseguido ao longo do campo pela equipa do FC Porto depois de ter validado um golo ao Benfica, apontado por Isaías. Foi-nos explicado, há 18 anos, que a cena não passara de uma ilusão de óptica. Pratas nunca na vida andara a fugir da equipa do FC Porto e, por essa razão, não havia que advertir disciplinarmente nem expulsar ninguém.
José Pratas demorou, demorou mas veio, por fim, esclarecer-nos a todos. “Não foi uma fuga, foi uma reacção natural de quem se sente atacado e ameaçado. Devia ter acabado com o jogo por insubordinação da equipa do FC Porto”, disse a “A Bola” nesta quinta-feira. É capaz de ter razão. E o Benfica, se calhar, devia ter mais uma Supertaça no seu palmarés.
ERRAR É HUMANO
HÁ UM TÚNEL EM AVEIRO?
João Ferreira foi o árbitro nomeado para dirigir, esta noite, a final da Supertaça a disputar entre o Benfica e o FC Porto e que marca a abertura oficial da temporada de 2010/2011. Arranque mais empolgante não se poderia desejar! Benfica ou FC Porto, um deles, vai levar para casa o troféu e, mais importante ainda, vai levar para casa uma dose substantiva de moralização e de confiança suplementar a uma semana do início da Liga. Hoje, em Aveiro, é este o objectivo a cumprir por Jorge Jesus e por André Villas-Boas: ganhar a taça e ganhar alento. A nomeação de João Ferreira, antes mesmo de apitar pela primeira vez, parece já ter cumprido o seu objectivo que é o de proporcionar ao FC Porto uma choradeira ofendida visto que foi Ferreira o quarto árbitro do Benfica-FC Porto de Dezembro de 2009 e o autor do relatório que levou à suspensão de Hulk e de Sapunaru.
O Estádio Municipal de Aveiro, palco da final, é um dos recintos construídos de raiz e estreados por ocasião do Europeu de 2004, realizado em Portugal. Depois transformou-se num deserto de betão e azulejaria, sobretudo a partir do momento em que o histórico Beira-Mar desceu para a divisão secundária e, consequentemente, perdeu parte significativa do público da casa. O Estádio Municipal de Aveiro, no entanto, há-de ter as comodidades exigíveis para albergar todos os protocolos inerentes a um jogo desta importância. Resta apenas uma dúvida premente: tem túnel ou não tem túnel?
POSITIVO
GOLO E SOSSEGO
Paulo César acabou com todas as dúvidas, em Glasgow, ao marcar, de cabeça, o primeiro golo do desafio, obrigando o Celtic a ter de fazer nem mais nem menos do que 5-golos-5 para discutir a eliminatória com os portugueses.
NEGATIVO
GAITÁN DEMORA
Enquanto Franco Jara vai encantando os adeptos do Benfica, já Gaitán, o outro argentino contratado pelos campeões nacionais, tarda em impor-se na equipa. O facto de se ter lesionado na pré-época também em nada o ajudou.
TORSIGLIERI ENCOSTADO
Chegou a Alvalade destinado à titularidade este central argentino que, aparentemente, não conseguiu convencer Paulo Sérgio. Torsiglieri nem sequer consta na lista de nomes inscritos para disputar a Liga Europa.
PÉROLA
“No futebol já nada me surpreende.”, JOSÉ MOURINHO
André Villas-Boas tem hoje, em Aveiro, um grande oportunidade para se defender do comentário depreciativo que sobre ele fez José Mourinho quando, finalmente, alguém se lembrou de perguntar ao “Especial” a sua opinião no que diz respeito às competências do novo treinador do FC Porto. Futebol é isto.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.