Técnico não tem preferências pelo novo campeão e afirma que não se identifica com Rui Vitória nem com Jesus.
Correio Sport: Goleou nesta semana o campeão em título [Al Rayyan] por 5-0. Como está a correr esta experiência no Al-Sadd (Qatar)?
Jesualdo Ferreira: Não tem sido fácil, mas até agora tem corrido bem. Tivemos uma fase inicial mal conseguida, devido ao plantel, aos jogadores, ao método e à cultura. Agora as coisas estão mais direitas. Julgo que nas próximas três jornadas possamos atacar a liderança.
–O Al-Sadd é um dos grandes clubes do Qatar...
–É um clube grande, mas não é o mais titulado. É um clube diferente dos outros dois principais rivais (Al-Rayyan e Lekhwiya). Aposta na formação e nos jogadores locais, que são a base da seleção. É um clube especial, mas o que eu quero é ganhar mais vezes. Temos a melhor performance, há 18 jogos do campeonato que não perdemos.
–Qual é o objetivo para esta temporada?
– Queremos ganhar o campeonato. Temos vindo a ter um crescimento sustentado.
–O Qatar é um mercado a explorar pelos jogadores e treinadores portugueses?
– Há três treinadores portugueses em equipas qataris [Pedro Caixinha está no Al- -Gharafa e o Zé Nando no Al- -Shahaniya]. Mas a crise também chegou aqui.
–Tem no seu horizonte o regresso a Portugal?
– Para já só para férias e talvez para acabar a carreira. Estou bem aqui. Vim para um período de seis meses, ao fim dos quais me fizeram uma proposta de dois anos de contrato. Enquanto tiver prazer a treinar vou continuar, mas a vida de um treinador não depende apenas dele.
–Tem acompanhado a Liga? O título será disputado a três?
– Os jogos da Liga deixaram de passar aqui, mas vou estando atento. Se alguém pensou que o Benfica se distanciou e estava lançado para o título, engana-se. Além disso, também o Sp. Braga está lá na corrida.
–E o dérbi?
– O Benfica vem de dois jogos negativos [derrota com Marítimo (2-1) e com Nápoles (2-1)]. Deixou o FC Porto e o Sporting aproximarem-se. Este ciclo de três jogos vai acabar por influenciar todos entre si. O Benfica vai com desconfiança e dúvidas para o dérbi. O Sporting também jogava forte para ir à Liga Europa e teve uma deslocação desgastante e um clima adverso. Além disso, é preciso não esquecer que o Sporting venceu no ano passado na Luz (3-0) e o Benfica perdeu uma oportunidade na Madeira de manter os rivais à distância.
–Já treinou os três grandes. Como analisa a realidade atual dos clubes ?
– O Benfica vive este carrossel que acontece com todas as equipas a determinada altura. Perdeu dois jogos, mas apurou- -se para os ‘oitavos’ da Champions. No fundo, a justiça está feita. O Benfica foi a melhor equipa até agora e lidera, seguida do Sporting e do FC Porto. Contudo, falta muito jogo e muita taça. As coisas só se decidem lá para fevereiro.
–Tem alguma preferência para o novo campeão?
– Não. Fui treinador dos três. Espero que ganhe o melhor e que seja um campeonato vivo, interessante e bem jogado. E que os jogadores portugueses continuem a aparecer como tem acontecido.
–No dérbi estarão frente a frente dois treinadores [Rui Vitória e Jorge Jesus] com características diferentes. Com qual deles se identifica?
– Com nenhum. Nem nenhum se identifica comigo. Têm trajetos e personalidades diferentes. Já com vitórias e alguns títulos conquistados. Têm ambos coisas que assino por baixo e outras que já não o faria. No fundo somos diferentes. Aprecio os dois e as suas equipas. No caso de Rui Vitória, que treinou o Benfica pela primeira vez e foi campeão, tem de ter mérito.
–Como vê a aposta dos três grandes na formação?
–Há dois fatores fundamentais: qualidade e preço. O futebol é um negócio e quem fizer isso vai ganhar mais vezes. A formação e a deteção de talentos é uma das maiores fontes de receita dos clubes. Já alimentava o FC Porto e o Benfica e agora o Sporting.
–É um treinador que sempre apostou na formação, o que faltou no Sporting?
–Estive seis meses no Sporting e entrei com a equipa quase na linha de água. O então presidente Godinho Lopes traçou um projeto, com coragem, para promover jovens, mas não foi suficiente para chegar às provas europeias. Gostei muito de estar no Sporting, mas não houve tempo. Contudo, mesmo assim, foi possível criar bases para o trabalho desenvolvido por Leonardo Jardim. A entrada de Bruno de Carvalho complicou tudo. Deixo uma mensagem de gratidão a Godinho Lopes.
– Mas Bruno de Carvalho convidou-o a continuar?
– É verdade, mas achei que não estavam reunidas a condições para continuar.
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