Ex-selecionador venezuelano acusado de assédio sexual e abusos banido pela FIFA

A FIFA estendeu a nível mundial a suspensão por 20 anos do ex-selecionador feminino venezuelano Kenneth Zseremeta, acusado de assédio sexual e abusos por 24 jogadoras, informou, esta sexta-feira, a Federação Venezuelana de Futebol (FVF).

"Em 31 de março de 2025, a FIFA, por meio do seu Comité Disciplinar, comunicou a decisão de estender a sanção imposta ao antigo treinador Kenneth Zseremeta a todo o mundo e por 20 anos. Esta decisão está ligada às graves alegações de abuso que têm sido objeto de investigação", lê-se em comunicado publicado nos meios oficiais da FVF.

Em abril de 2022, a Comissão de Ética federativa venezuelana baniu o treinador, de 58 anos, que trabalhara com as seleções femininas do país de 2010 a 2017 e foi declarado culpado de abusos sexuais a uma jogadora, submetendo-a a assédio físico e psicológico.

Desejando "proteger as vítimas e erradicar qualquer prática que ameace a integridade do desporto", a FVF solicitou à FIFA, em março, a extensão da sanção à escala mundial, em linha com a sentença proferida no mês anterior pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), que confirmou a suspensão do técnico das atividades associadas ao futebol por 20 anos.

Em outubro de 2021, um grupo de 24 futebolistas emitiu uma declaração para "quebrar o silêncio e evitar que o abuso e assédio físico, psicológico e sexual causado por Kenneth Zseremeta" entre 2013 e 2017 "faça mais vítimas no futebol feminino e no mundo todo".

As atletas deram conta de "numerosas situações de assédio e abusos" nos treinos, que geraram "inúmeros traumas e problemas psicológicos" e envolveram o técnico, portador de nacionalidade venezuelana e panamiana e investigado pelo Ministério Público local.

Grupo de 24 futebolistas venezuelanas denuncia assédio e abusos do ex-selecionador