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Risco de 'bolha' no preço das casas nas zonas históricas

Valor do metro quadrado sobe consecutivamente desde janeiro de 2015.

29 de maio de 2018 às 01:30

Desde janeiro de 2015 que, todos os meses, o valor médio das casas fica mais caro para os bancos. Segundo dados ontem revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a avaliação bancária do metro quadrado está a valorizar-se consecutivamente há 40 meses. Os mediadores imobiliários falam em "bolhas localizadas nos centros das grandes cidades".

Para Luís Lima, presidente da Associação das Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), "existe muita procura para gente que quer comprar nas mesmas zonas", e dá como exemplos alguns bairros típicos do Porto, como a rua Escura ou a rua dos Caldeireiros, "que os estrangeiros acham pitorescos. O mesmo acontece em Lisboa".

Para o presidente da APEMIP "não é sustentável gerir o mercado imobiliário só com a procura de estrangeiros. Os preços não sobem até ao céu, e a especulação vai-nos matar". Luís Lima diz que é urgente aumentar a oferta de casas, mas a "preços controlados". "Por um T1 em Lisboa, as pessoas deveriam pagar uma renda entre os 250 e os 350 euros, e por um T2, não mais de 400 a 450 euros", acrescenta.

Aquele responsável considera que deveria existir um só tipo de avaliação sobre os imóveis. "Existe a avaliação feita pelos bancos para a concessão de crédito, existe a avaliação feita pelo Fisco para o pagamento de impostos... Seria importante existir apenas um tipo de avaliação no mercado imobiliário que servisse para tudo."

Os números do INE mostram que, em comparação com o período homólogo, o valor médio das avaliações aumentou 61 euros em abril. É a procura de apartamentos que tem sustentado esta valorização. Com efeito, o valor médio dos apartamentos aumentou seis euros, enquanto nas moradias verificou-se uma descida de três euros.

Apartamentos a 10 mil euros o metro quadrado e quartos a 700 euros

Tal como o CM noticiou, existe um apartamento localizado no bairro de Alfama, em Lisboa, com 16 m2 que está à venda por 150 mil euros. "É preciso arranjar um equilíbrio", diz Luís Lima, para quem aqueles preços são inaceitáveis, assim como o são "arrendamentos de quartos a jovens estudantes a 600 ou 700 euros por mês". "Temos de trazer os fogos devolutos para o mercado", adianta.

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