Profissionais iriam reforçar o programa brasileiro "Mais Médicos".
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O governo de Cuba cancelou o envio, previsto para este mês de Abril, de mais 710 médicos cubanos que iriam reforçar o programa brasileiro "Mais Médicos", que envia profissionais de saúde para áreas carenciadas nas periferias das grandes cidades e para regiões remotas. O cancelamento já foi comunicado ao governo brasileiro, que está a organizar uma comissão especial para ir a Havana, capital de Cuba, tentar reverter a situação.
Os novos 710 médicos cubanos, treinados na ilha para atenderem a população brasileira, deveriam chegar em pequenos grupos até final deste mês, mas o governo de Raul Castro cancelou a autorização para eles sairem do país. Oficialmente, o argumento é que houve descumprimento do acordo firmado entre Cuba e o Brasil para que a pequena ilha, que tem um serviço público de saúde reconhecido internacionalmente pela sua qualidade, enviasse médicos para suprirem a falta destes profissionais em áreas onde os profissionais brasileiros não se interessam em atender.
Mas, na verdade, o problema é o crescente número de médicos cubanos que, terminado o seu contrato inicial, se recusam a voltar a Cuba. Pelo acordo entre os dois países, os médicos cubanos ficariam três anos no Brasil, e depois regressariam ao seu país.
Só que vários já aproveitaram estar fora da ilha, onde, apesar de alguma abertura nos últimos tempos, continua a vigorar uma ditadura e onde os ordenados são baixíssimos, para fugirem para os EUA e outros países, ou simplesmente para ficarem definitivamente no Brasil. Até esta sexta-feira, já tramitam em tribunais de várias regiões brasileiras 88 acções com pedidos de médicos cubanos que terminaram os seus contratos mas querem ficar de vez no Brasil e solicitaram autorização para continuarem a viver e a exercer a sua profissão neste país.
As autoridades de Havana temem que outros médicos do país sigam o exemplo dos que não querem voltar e esse movimento se alastre a outros países com os quais Cuba tem acordos semelhantes para fornecimento de médicos. Por isso Havana decidiu cancelar o envio dos novos profissionais, numa tentativa de pressionar o governo brasileiro a forçar os médicos cubanos que terminaram os seus contratos a regressarem à ilha.
O Brasil já chegou a ter mais de 14 mil médicos cubanos a trabalhar no programa "Mais Médicos", criado no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, mas esse número foi reduzido gradualmente, e hoje está em 10,4 mil. O programa, que tem médicos de vários outros países, entre eles Portugal, paga a cada profissional uma bolsa de aproximadamente três mil euros mensais, verba paga pelo governo central, e as cidades onde eles exercem a profissão garantem normalmente outros benefícios, como residência e alimentação.
No caso específico dos médicos cubanos, e essa é a única excepção entre os mais de 16 mil profissionais do programa, o Brasil, ao invés de pagar directamente aos profissionais, manda todo o dinheiro para Cuba, que depois envia aos médicos da ilha a trabalharem em território brasileiro apenas uma pequena parte da bolsa mensal. Quando um médico cubano consegue autorização da justiça brasileira para ficar a trabalhar definitivamente no Brasil, ele passa a ficar com todo o ordenado e o governo de Cuba perde essa renda, situação que, a alastrar-se, representará uma perda de receita razoavelmente significativa para a frágil economia da ilha.
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