Os famosos ursinhos coloridos têm afinal uma história pintada de negro.
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Fazem as delicias de miúdos e graúdos em todo o mundo e serão porventura as gomas mais famosas do mundo. A Haribo é uma empresa alemã responsável pelo fabrico e exportação de doces, em particular dos ursinhos coloridos com sabor a frutas, que apesar da satisfação que trazem ao consumidor têm um lado negro escondido. Até agora.
Um documentário do canal alemão ARD, emitido esta semana, veio denunciar que, na fábrica que produz a cera de carnaúba para os ursinhos de goma (substância responsável pelo brilho dos doces e que impede que se colem uns aos outros), os trabalhadores são tratados "como escravos", trabalhando e vivendo em condições desumanas.
Na série ‘Markencheck’ (em português, ‘Verificar a Marca’), os investigadores visitaram a fábrica alemã onde são feitas as gomas e verificaram que tudo funciona normalmente. Indo mais longe, foram a outra fábricas que trabalhar para a empresa diretamente e onde são feitos os ingredientes que compõem os doces, como a gelatina (de origem suína) e a cera de carnaúba.
A cera de carnaúba utilizada pela Haribo é retirada de uma espécie de palmeira, que só cresce no nordeste do Brasil, nos estados de Piauí, Ceará, Maranhão, Baía e Rio Grande do Norte. Foi neste último estado que os investigadores encontraram o local onde é produzida a substância usada pela empresa alemã e o que viram foi arrepiante.
Quem corta as folhas e as trata para retirar a cera ganha pouco mais de 9 euros por dia e é obrigado a trabalhar durante o dia inteiro, semanas inteiras sem folga. Tudo acontece num edifício devoluto, com teto de palha e sem chão. Não há casa de banho nem água potável e os trabalhadores são obrigados a beber águas dos ribeiros e regatos que correm nas traseiras.
Quando cai a noite, para dormir há duas hipóteses: camas de rede presas nas árvores ou, para quem tem mais sorte, o interior de uma carrinha velha.
Segundo a polícia brasileira relata, já foram feitas várias denúncias à Autoridade do Trabalho, que interveio e já por diversas vezes resgatou os trabalhadores e fechou o estabelecimento, mas a fábrica volta sempre à produção.
A Amnistia Internacional condenou a situação e recordou que as empresas alemãs, assim como qualquer empresa europeia, tem por obrigação verificar que os fornecedores não cometem nem contribuem para violações dos Direitos Humanos.
Contactada pelos produtores do documentário, a Haribo disse desconhecer quaisquer "violações das diretrizes internacionais para as condições dos trabalhadores" e garantiu que ia "de forma pro-ativa" resolver os problemas denunciados nos fornecedores. "Estamos ao correta das alegações feitas e já foi lançada uma investigação interna aos factos. Os nossos processos de produção são levados muito a sério e exigimos a todos os nossos fornecedores que sigam à risca o mais alto nível de princípios sociais e éticos", garante um porta-voz da empresa alemã.
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