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Esquadrão da morte formado por polícias matou mais de 100 pessoas

Comandante-geral da Polícia Militar de Goiás também foi detido.

11 de novembro de 2016 às 14:25

Um esquadrão da morte formado por agentes da Polícia Militar (PM) do estado brasileiro de Goiás assassinou mais de 100 pessoas desde 2010, incluindo mulheres e crianças, e com o conhecimento do alto comando da corporação, revelou nesta sexta-feira a Polícia Federal (PF) em Brasília. Numa gigantesca operação desencadeada pela PF ao amanhecer foram detidos vários suspeitos, entre eles o comandante-geral da Polícia Militar de Goiás, coronel Ricardo Rocha.

Ao todo, 140 agentes federais participam na operação, designada "Sexto Mandamento", em referência ao mandamento bíblico "Não matarás". A ação acontece em Goiânia, capital de Goiás, Alvorada e Formosa, também no mesmo estado, que é vizinho a Brasília, de onde a operação foi coordenada, e estão a ser cumpridos 20 mandados de detenção e mais de 30 de busca e apreensão.

De acordo com a Polícia Federal, agentes da polícia de Goiás matavam pessoas indiscriminadamente, algumas suspeitas de crimes mas também muitas completamente inocentes e sem motivo algum. A sensação de impunidade dos polícias era tão grande que chegavam a executar pessoas, incluindo crianças e mulheres de bairros pobres, à luz do dia, fardados e usando carros e armas da corporação, simulando confrontos com suspeitos para não serem responsabilizados.

Ricardo Rocha, nomeado comandante-geral da PM de Goiás no início do ano, já em 2011 tinha ficado preso por quatro meses, acusado de várias mortes. Em 2014 foi levado a júri popular por uma delas mas foi ilibado e, apesar de todas as suspeitas contra ele, acabou em 2016 por ascender ao mais alto posto de comando da polícia.

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