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EUA e Brasil iniciam hoje negociações sobre as sobretaxas impostas por Trump

Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, vai encontrar-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Mauro Vieira. Reunião vai decorrer na Casa Branca.

16 de outubro de 2025 às 14:49

Os Estados Unidos e o Brasil iniciam esta quinta-feira em Washington negociações tendentes a uma possível redução das pesadas sobretaxas comerciais impostas em Junho a milhares de produtos brasileiros pelo presidente norte-americano, Donald Trump. A reunião de esta quinta-feira foi acertada semana passada entre os dois países, após Trump e Lula da Silva, até aí antagonistas e protagonistas de ataques recíprocos, terem tido uma conversa surpreendentemente amistosa por videoconferência.

Na reunião de esta quinta-feira, que decorrerá na Casa Branca, sede da presidência norte-americana, a partir das 19 horas de Lisboa, estarão frente a frente o poderoso secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Mauro Vieira, acompanhados por diversos assessores. Rubio foi encarregado por Trump de negociar eventuais reduções das sobretaxas de 50% impostas ao Brasil, o que provocou um certo incómodo no governo brasileiro, pois o secretário de Estado faz parte da ala mais radical do governo dos EUA e já desferiu diversos ataques ao Brasil.

O Brasil vai pedir aos EUA o cancelamento das sobretaxas, ou, pelo menos, uma substancial redução em alguns produtos, nomeadamente carne bovina, café, pescados e frutas. Mauro Vieira também vai levar a Rubio um pedido especial de Lula que não tem nada a ver com a área comercial, o fim das sanções contra ministros brasileiros e contra juízes do Supremo Tribunal Federal (STF), decretadas como retaliação ao julgamento e condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, sentenciado há um mês a 27 anos e 3 meses de cadeia por tentativa de golpe de Estado.

Do lado dos Estados Unidos, os principais pedidos serão o acesso de empresas norte-americanas às cobiçadas terras raras brasileiras, para exploração de minerais raros, e a suspensão de entraves e sobretaxas que o próprio Brasil impõe há anos a produtos americanos. Outro pedido de Rubio, em nome de Trump, será que Lula abandone a ideia fixa, que defende com ênfase há anos, de substituir o dólar por uma moeda própria dos países que fazem parte do bloco do Brics, formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e posteriormente alargado a vários outros.

Tanto em Washington quanto em Brasília, não é esperado que a reunião de esta quinta-feira, considerada a primeira de um longo processo de negociação que envolve diversos interesses comerciais e políticos, produza resultados concretos de monta. Pode até ser que aconteçam avanços em relação a temas em que há consenso entre os dois países, mas o que esta reunião inicial pretende é estabelecer as bases e os limites de como o processo negocial entre Brasil e EUA decorrerá, e preparar um novo encontro entre Donald Trump e Lula da Silva, desta feita presencial, onde os dois presidentes, aí sim, formalizarão o acordo esperado por ambos os lados.

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