page view

Governo dos EUA pede decisão rápida ao Supremo após perder recurso sobre tarifas

Na sexta-feira, um tribunal federal de recurso considerou a maioria das tarifas impostas pelo Presidente Donald Trump ilegais.

04 de setembro de 2025 às 08:11

O Governo dos Estados Unidos pediu ao Supremo Tribunal uma decisão rápida a respeito dos seus aumentos de tarifas alfandegárias sobre importações, depois de ter perdido um recurso judicial.

Numa petição enviada na quarta-feira à noite, o executivo pediu aos juízes que confirmem que o Presidente norte-americano tem poderes legais para, invocando uma emergência nacional, impor sobretaxas de importação, que, no caso, foi a quase todos os países do mundo.

Na sexta-feira, um tribunal federal de recurso considerou a maioria das tarifas impostas pelo Presidente Donald Trump ilegais ao abrigo de uma lei de poderes de emergência.

Logo após ser conhecida a decisão, Trump afirmou, na rede social Truth Social, contar com a "ajuda do Supremo Tribunal" para manter as sobretaxas aplicadas e sublinhou que estas se mantêm temporariamente.

De acordo com a decisão judicial, "a lei concede ao Presidente amplos poderes para tomar uma série de medidas em resposta a uma emergência nacional declarada, mas nenhuma destas ações inclui explicitamente o poder de impor taxas alfandegárias e outros impostos".

O tribunal federal de recurso manteve em grande parte uma decisão de maio de um tribunal federal de Nova Iorque especializado em comércio e de que o Governo recorreu.

Contudo, o tribunal rejeitou parte da decisão recorrida, que anulava as tarifas imediatamente, dando tempo ao governo para apresentar um recurso junto do Supremo Tribunal.

A execução da decisão foi suspensa até 14 de outubro e as taxas alfandegárias mantêm-se em vigor até essa data.

Graças a nomeações de juízes feitas no primeiro mandato de Trump (2017-2021), o Supremo Tribunal tem atualmente uma maioria conservadora.

As taxas alfandegárias aplicadas pelos Estados Unidos atingem agora uma média de 20,1%, de acordo com cálculos da Organização Mundial do Comércio e do Fundo Monetário Internacional.

Este nível é o mais elevado desde o início da década de 1910.

A média tarifária era de apenas 2,4% na tomada de posse de Donald Trump, a 20 de janeiro de 2025.

A Constituição concede ao Congresso o poder de aplicar impostos, incluindo tarifas, e nenhum Presidente tinha invocado uma emergência nacional - o défice comercial externo que os Estados Unidos mantêm há quase cinco décadas - para regular o comércio com outros países.

A contestação judicial não abrange tarifas de Trump sobre o aço, o alumínio e os automóveis estrangeiros, impostas após investigações do Departamento do Comércio terem concluído que estas eram ameaças à segurança nacional.

Também não inclui as tarifas que Trump impôs à China no seu primeiro mandato --- e que o ex-Presidente Joe Biden manteve --- depois de uma investigação governamental ter concluído que os chineses usaram práticas desleais para dar às suas próprias empresas tecnológicas vantagem sobre os rivais ocidentais.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8