Tensões comerciais entre os dois países agravaram-se nas últimas semanas, com Pequim a aplicar sanções a filiais norte-americanas e tarifas a navios dos EUA.
Pequim acusou esta quinta-feira os Estados Unidos de agirem com arbitrariedade e visão de "curto prazo" na política comercial, após Washington alertar que a China será "a mais prejudicada" se mantiver restrições à exportação de minerais estratégicos.
Num editorial intitulado "Washington não deveria surpreender-se com a resposta da China", o jornal oficial Global Times atribuiu as novas tensões entre as duas maiores economias do mundo ao "incumprimento de promessas" por parte dos Estados Unidos e à sua "conduta unilateral".
O texto responsabiliza os EUA por "sobrestimar o seu poder de coerção" e "subestimar a capacidade de resposta da China", afirmando que as ameaças de novas tarifas "desestabilizaram os mercados globais e as cadeias de abastecimento".
Segundo o jornal, as contramedidas adotadas por Pequim representam "uma defesa dos seus direitos legítimos e da justiça internacional".
O editorial critica ainda a política comercial norte-americana por revelar "falta de visão estratégica" e avisa que o "grande bastão" empunhado por Washington "não passa de um tigre de papel" para o povo chinês -- expressão comum na retórica política do país asiático.
Um outro jornal oficial, o China Daily, publicou um comentário do académico Zheng Jueshi, que acusa os EUA de aplicarem a "lei da selva" nas relações internacionais, tratando aliados, parceiros e rivais como "parte do seu menu político".
Na sua opinião, Washington "sacrifica os interesses de outros países" em nome da sua hegemonia, enquanto Pequim "defende um sistema de governação mais justo".
As críticas surgem um dia depois de o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, ter afirmado, em Nova Iorque, que a China "será a mais prejudicada" se continuar a adotar políticas "dececionantes e coercivas", numa alusão às restrições impostas por Pequim à exportação de terras raras, minerais essenciais para as indústrias tecnológicas e de defesa.
O responsável norte-americano afirmou que estas ações demonstram "o risco de depender de um parceiro pouco fiável" e defendeu que os EUA e os seus aliados devem "diversificar as cadeias de abastecimento".
Bessent anunciou ainda a fixação de preços mínimos em várias indústrias e o reforço da "política industrial" norte-americana para reduzir a dependência do mercado chinês.
As tensões comerciais entre os dois países agravaram-se nas últimas semanas, após a decisão de Pequim de aplicar sanções a filiais norte-americanas da sul-coreana Hanwha Ocean e impor novas tarifas a navios com bandeira dos EUA.
Washington respondeu com medidas semelhantes e ameaçou impor tarifas de 100% a todos os produtos chineses a partir de 01 de novembro.
O atual impasse recorda os episódios de confronto tarifário registados no início do ano, quando ambos os governos se acusaram de distorcer o comércio global através de controlos à exportação de tecnologias e matérias-primas estratégicas.
Embora nem o Global Times nem o China Daily mencionem diretamente Bessent, os editoriais reiteram a mensagem habitual das autoridades chinesas após críticas de Washington, insistindo na necessidade de "igualdade e respeito mútuo" nas negociações bilaterais.
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