A edição de hoje
Homens procuravam ouro na chamada Terra Indígena Yanomami.
Seis garimpeiros que procuravam ouro na chamada Terra Indígena Yanomami, no interior do estado brasileiro de Roraima, na selva amazónica, foram mortos à flechada por índios daquela etnia. Os garimpeiros estavam desaparecidos desde o final de outubro, quando deixaram de contactar as famílias via rádio, como sempre faziam.
Segundo Júnior Hekuari, presidente da Associação dos Povos Indígenas de Roraima Hwenama, que conseguiu confirmar o massacre, as mortes ocorreram no dia 1 de Novembro, mas só agora foram confirmadas. A mesma fonte adiantou que os Yanomami negaram a morte dos garimpeiros durante todo esse tempo e que só agora reconheceram.
Ainda de acordo com o avançado por Hekuari, os Yanomami recusam dar detalhes sobre as razões do suposto confronto com os garimpeiros, afirmando que só pessoalmente falarão sobre o assunto com as autoridades que se deslocarem até à aldeia. Uma força especial formada por agentes da Polícia Federal e da Polícia Militar e membros do Ministério Público, da Funai (Fundação Nacional do Índio) e de associações indígenas foi montada pelo governo do estado de Roraima e desloca-se este domingo para a área do conflito, para tentar encontrar e resgatar os corpos e apurar responsabilidades.
Pelo pouco que se sabe, o conflito entre os indígenas e os garimpeiros, todos mortos por flechas, o que parece indiciar uma emboscada e não uma luta de proximidade, ocorreu na região de Homoxi, uma área remota no interior da reserva dos Yanomami, e os índios envolvidos na matança são da aldeia Xereu II. Os corpos dos garimpeiros, também de acordo com o pouco que se sabe até agora sobre a tragédia, foram deixados numa área de mata cerrada a 16 km da aldeia, cobertos por folhas.
Depois da apreensão com a ausência de notícias, as famílias das vítimas estão agora profundamente abatidas e espantadas com as mortes. Segundo familiares das vítimas, mesmo vivendo irregularmente nas terras dos índios, os garimpeiros tinham uma boa relação com os Yanomami.
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