Carlos Anjos
Presidente da Comissão de Proteção de Vítimas de CrimesContinua o julgamento de Pedro Dias, suspeito de ter cometido vários crimes, entre os quais três homicídios consumados e outros dois na forma tentada. A prova parece arrasadora e o trabalho da defesa não se apresenta fácil.
No entanto, os depoimentos de algumas testemunhas têm tido uma enorme carga emocional. O testemunho do militar da GNR António Ferreira é tremendo, refletindo a brutalidade que aquele homem viveu naquele dia, em que foi atingido com um disparo na cara. Dificilmente recuperará do que vivenciou.
Mas os depoimentos das mães de Luís e Liliane Pinto, jovens que iam a Coimbra em busca do sonho de serem felizes, em busca de uma gravidez desejada, são arrasadores.
Quando a mãe de Liliane se dirige ao Tribunal e deseja que todos sejam felizes, algo que ela era e deixou de ser quando lhe mataram a filha, o tempo parou. Nenhum pai devia viver o que aqueles viveram e estão a viver. Pedro Dias manteve-se impávido e sereno. Ainda não disse nada, sendo que não há nada a explicar. Nada justifica o que se passou. Mas, no meio de tanta desumanidade, tinha-lhe ficado bem algum arrependimento e acima de tudo um pedido de desculpas às pessoas que impediu de voltarem a ser felizes.
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Prisão preventiva é a única medida de coação que protege a sociedade.
Provados os crimes, devem ser exemplarmente punidos.
Este é o crime do homem comum, crime que infelizmente, pode ser cometido pelo nosso melhor amigo.
Não pode haver contemplações e muito menos desculpas para este tipo de comportamentos.
Tudo isto cheira a mais uma tentativa para bloquear o julgamento.
Uma abordagem no mar ou no rio, é muito mais difícil que uma abordagem em terra.