Mas porquê um debate em directo e em horário nobre num canal do Estado entre dois candidatos a líderes de um partido?
Porque os partidos fazem parte do Estado, são o Estado, e a RTP obedece; porque este partido, o PSD, é o que mais anos esteve no governo, faz parte do 'arco da governação' e do Bloco Central; porque o líder do PSD tem sempre a possibilidade de ser primeiro-ministro, de todos os portugueses - e também da RTP.
Depois de uma trapalhada da TVI com um prometido debate, acabou por ser na RTP o único debate de TV entre Rui Rio e Santana Lopes. De que falaram? Santana falou para os militantes, como se o fôssemos todos (credo!). São eles quem escolherão entre ele e Rio.
Foi um bocado demagógico. Fez valer a sua experiência de TV, de participante em reality show, debates, comentário, etc. Não é fácil crer nas suas promessas. Está gasto.
Rio revelou limitação na comunicação, mais líder contabilista do que líder com visão ampla da governação do país. Mas tem a vantagem da novidade.
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As meninas podem ter pilinha.
Também me chocou que no Fundão tivessem visto a divulgação do caso como um "ataque" ao povo
Em Gouveia e Melo pressente-se a irascibilidade, a falta de preparação mínima, os acessos de cólera.
A ideologia do ofendidismo woke contribuiu para abalar a reputação do jornalismo, de todo ele.
Noutros tempos, falava-se e vivia-se politicamente com um leque amplo de conceitos; passámos a dois.
Mercantilização de debates é lamentável por parte da SIC e TVI, mas é repugnante no caso da RTP.