Nos últimos tempos, uma parte da elite política, económica e social, com vida e negócios nos grandes centros urbanos, convencionou levar para as suas conversas a ideia de que Portugal está na moda.
Porque somos campeões europeus de futebol, porque as belezas nacionais são faladas no mundo inteiro, porque atraímos milhões de turistas, porque a economia ganhou muito com isso, porque o imobiliário dispara, porque já somos campeões do controlo do défice…
Alto e pára o baile. Tanta moda enjoa quando todos os dias vemos um País mártir a sofrer com os incêndios, um País político que não assume nem investiga e atribui culpas, um Estado que se esboroa numa cultura enraizada de impunidade e autoproteção.
Basta ver os pornográficos calendários da dita comissão independente que investiga a tragédia de Pedrógão Grande. Resultados? Só lá para depois das autárquicas, aí uns quatro ou cinco meses depois das mortes.
Entre elas e os eventuais resultados, um País inteiro, rural, pobre, interiorizado, arde ante o espetáculo dantesco de incompetência dado pela Proteção Civil.
Só se safam mesmo os bombeiros, com a sua generosidade, coragem e bravura.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
Nos últimos dez meses ocorreu uma média de 396 acidentes diários, com vítimas, nas estradas.
O PS e a esquerda há vinte anos que não ganham presidenciais.
Ao mexerem-se por Gaza e outras tragédias, os ativistas só podem ser culpados de humanidade e coragem.
O silêncio mostra o cinismo do debate político sobre o MP.
Desapareceu ontem e deixa muita saudade entre quem aprecia o vigor das ideias, do debate, do confronto.
Não quer, de todo, ser julgado.