Sim, João Lobo Antunes (1944-2016) era um príncipe: um homem elegante e notável, um cientista de eleição que acreditava tanto na importância do trabalho disciplinado e coerente como na força da criatividade; uma alma generosa, cosmopolita e disponível, um médico que refletia sobre a própria natureza da medicina, quer em obras científicas, quer em livros tão maravilhosos onde recolhia ensaios e memórias, como ‘Um Modo de Ser’ (de 1996), ‘Sobre a Mão e Outros Ensaios’ (2005), ‘O Eco Silencioso’ (2008) ou ‘Inquietação Interminável’ (2010).
Era um escritor admirável, de uma elegância e subtileza raríssimas, mas também de uma erudição simples, discreta e amável. Não menciono a sua contribuição para a ciência – mas sei que a via como uma parte da nossa humanidade. Foi das pessoas mais belas que conheci. Sabia que vivíamos sempre em busca de consolação.
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Mamdani captou a classe média intelectual ameaçada pela IA e economia digital.
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A literatura, o cinema e a televisão estão cheios de Nova Iorque e a maior parte dos seus visitantes nem precisa de a visitar, de tal modo participam dessa mitologia.
Cartas dos escritores são uma fonte de felicidade para os seus melhores leitores.
Há anos que aqui escrevo sobre a tragédia sudanesa e nunca esperei que os profissionais da indignação ou a tralha anti-semita europeia se preocupassem com as vítimas africanas.