Vamos lá à história: um aeroporto chamado Cristiano Ronaldo tem algum sentido? Homenagem à Madeira? Tristão Vaz Teixeira, João Gonçalves Zarco, Bartolomeu Perestrelo ou Cristóvão Colombo (que esteve em Porto Santo). E, sim, Alberto João Jardim, a quem se deve a Madeira moderna, que hoje conhecemos – mas o mais perfeito seria Aeroporto Internacional do Funchal.
O nome Funchal é bonito, tal como a cidade (Lisboa e Porto também seriam perfeitos para Lisboa e Porto). Mas o problema não é Cristiano Ronaldo (que podia ser o escolhido para um grande estádio). É a política de atribuição de nomes e a ideia de ‘historicizar’ figuras contemporâneas e recentes para tudo quanto é lugar.
A vontade de fazer história com a ‘emoção do momento’ há de levar-nos a povoar vários panteões nacionais, a mudar nomes de pracetas e ruas – e, com um nadinha de esforço, a considerar obtuso tudo o que não esteja ativo no Twitter. Ronaldo tem 32 anos, é um enorme talento desportivo. Devia ser ele próprio, num rasgo de talento humano, a recusar amavelmente a honraria.
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