Gershom Scholem nasceu há exatamente 120 anos em Berlim (a 5 de dezembro de 1897), e morreu em Jerusalém em 1984 – na ocasião coube ao filósofo Jürgen Habermas fazer o seu elogio fúnebre: a descrição de um sábio, um leitor impenitente (lia alemão e inglês, hebraico, grego, latim e aramaico), um homem rigorosamente do seu tempo (amigo de Walter Benjamin e de Leo Strauss) que foi ao passado buscar as raízes do mais radical dos misticismos, a cabala judaica.
Um dos seus irmãos era de direita, outro era comunista – Gershom foi um místico dedicado à história do judaísmo, ao estudo da relação entre o finito e o infinito, entre o mortal e o imortal, e a estabelecer o edifício de uma nova religiosidade que existe para lá da ortodoxia.
Jorge Luis Borges, que foi um seu leitor dedicado, recebeu a sua inspiração, tal como George Steiner, Umberto Eco ou Derrida reconheceram o seu génio e a sua influência como um génio da imaginação. Susan Sontag falava da sua capacidade para detetar a tristeza (que ele tanto via em Benjamin), um dos sinais do século XX. Sim, os seus livros estão esgotados.
Citação do dia
"A democracia criou classe empresarial protegida, que só a crise ameaçou"
Luciano Amaral ontem, no CMSugestão do dia
SADE EM PORTUGAL
Absolutamente imprescindível, ‘Portugal em Sade / Sade em Portugal’, de Aníbal Fernandes e Pedro Piedade Marques (Montag) faz a história da edição escandalosa de ‘A Filosofia na Alcova’ (1966).
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O resultado não é famoso.
Essa geração que trabalhou com Furtado será lembrada sempre que se falar da leitura pública entre nós.
Vêm aí tempos interessantes.
Discreta como um murmúrio, cobiçada como uma estrela, criou um estilo, uma beleza inconfundível que se confundia com os seus papéis.
Campanha faz barulho, não contagia. Falta quem pense. Sente-se abstenção elevada.
Não vale a pena denúncias sobre a extrema-direita se o que servimos é pouca vergonha.