Lembro-me deles no Maio de ‘68, em Paris, quando iam para as barricadas no Mercedes do papá, a continuar a luta contra o capital.
Em ‘74 vi-os em Lisboa, assanhados, abençoando Mao Tsé-Tung, o profeta que com a Grande Marcha tinha libertado os chineses das garras dos inimigos do povo.
Aturei-os na universidade, desgrenhados, sandálias Jesus, rasgando as calças por solidariedade com os "campesinos" da América Latina, e com o mesmo fim trazendo os pertences em sacolas de serapilheira.
Desde então, vejo que sofrem com o aquecimento e a poluição do Globo, choram de pena porque no Ártico começa a escassear gelo para os ursos, no Brasil e na Indonésia a floresta tropical já não é o que foi.
São pela liberdade, a fraternidade, a igualdade, a amizade global, as dietas que nos tornam bonitos e saudáveis, a proibição das gorduras, do tabaco, das drogas – talvez nem todas, porque as há que garantem o bem-estar e aumentam a perceção da música.
E de repente vem um brutamontes estragar tão belas intenções.
Eleito pela maioria?
Nada a ver.
Pontapé no traseiro e rua com ele.
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Tão distantes, que já nem exóticos parecem, antes medievais.
O razoável funcionamento da caixa cerebral que armazena os dados.
Mais vezes do que – fosse ela de santo – a paciência aguenta.
Veio a droga, veio o martírio, sobram as ameaças.
Em vez de agradecer os conselhos, mostram má cara.
Um vasto número de portugueses, embora consiga ler um texto, tem dificuldade de interpretá-lo.