Quando Portugal atirou a toalha em 2011, uma teoria demente começou a correr pelo asilo: a culpa era da crise internacional; o nosso crescimento (medíocre) e a nossa dívida (explosiva) não tinham nada a ver com nada.
Alguns pacientes levaram esta rábula a sério e nem pararam para perguntar por que motivo a crise destroçava Portugal com uma dureza que não se via nos restantes países europeus.
Passaram cinco anos. O nosso crescimento continua medíocre – e da dívida, nem se fala. Mas com os juros a galoparem nos 4%, parece que há uma nova ‘crise’ para explicar a nossa crise de juízo: a parcimónia do tio Mario (que reduziu a nossa mesada) e os excessos do tio Donald (que quer aumentar as mesadas dele).
Cinco anos depois, eu julgava que esta alucinação colectiva já tinha passado. Enganei-me. A doença de atribuirmos aos outros as nossas misérias privadas talvez seja mesmo incurável.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
Nas próximas presidenciais, e contando com dois mandatos para o próximo inquilino, a abstinência pode chegar aos trinta.
André Ventura não precisa de fazer campanha para as presidenciais.
Eu, no lugar do dr. Pureza, começava desde já a procurar um colete salva-vidas.
Se este cenário se confirmar, não teremos apenas dois nomes ‘anti-sistema’ a disputar o vértice do sistema.
Bem vistas as coisas, as manobras da defesa são favores que José Sócrates nos faz.
Só os ucranianos podem decidir sobre o assunto, não cabendo aos europeus dar a resposta por eles.