Diz-se por aí que António Costa caminha sem oposição. Depende do que entendemos por ‘oposição’. Se falamos do PSD, com certeza: a única oposição que existe por aqueles lados é esperar que a crise chegue por importação. Mas é preciso não esquecer que o governo não anda sem freio: Marcelo Rebelo de Sousa, apesar da lua-de-mel com António Costa, gosta de saltar a cerca de vez em quando.
Ontem, por exemplo, o Presidente enfiou-se no carro, conduziu até ao Teatro da Cornucópia e foi ouvir as queixas da companhia, que anunciara o seu encerramento. Foi o que bastou para que o ministro da Cultura corresse atrás do prejuízo e, com as orelhas murchas, aparecesse como um menino malcomportado para iniciar ‘conversas’ especiais com o grupo.
O gesto de Marcelo não é ‘cultural’; é político. E a mensagem é simples: as sondagens podem ser amigas do PS; mas quem manda no governo é ele.
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Compreendo os ‘progressistas’: apanhados pela armadilha de Ventura, têm de redobrar o seu esforço na defesa do indefensável.
Sob a capa bondosa do progressismo, do ecologismo e do europeísmo, o ‘centralismo democrático’ do Livre está bem e recomenda-se.
Se tivesse dependido dos camaradas, jamais o dr. Balsemão teria tido o seu canal privado.
Ao meter demasiada carga a bombordo, o navio do almirante arrisca naufragar a estibordo.
António Costa alimentou na descendência a crença pueril de que o futuro do partido estava à esquerda.
É o único ponto em que estamos de acordo: se o PSD se comporta assim com uma maioria simples, é de temer o que faria com uma maioria absoluta.