Falava há tempos com um entusiasta de Rui Rio que me dizia coisas tremendas. Sim, o partido não está bem. Sim, Lisboa e Porto serão dois vexames. Sim, Passos Coelho não entrega as chaves no dia 1 de Outubro. Que fazer?
‘É preciso reunir condições’, segredava-me ele, em tom doutoral. A primeira, pelos vistos, é conseguir que o líder do partido seja eleito pelos ‘notáveis’, não pela soldadesca ignara – uma ideia que começa a correr pelos melhores bestuntos.
A segunda, perfeitamente compreensível, é haver ‘sinais’ do dr. Costa. Dois anos na oposição até ao fim da legislatura é um sacrifício que se aguenta. Mas o dr. Costa devia mostrar-se mais ‘disponível’ para um entendimento pós-eleitoral com o PSD, garantindo ao dr. Rio o lugar de amanuense.
Por outras palavras: Rio quer ser líder do PSD (sem o conquistar) e chegar ao governo (por convite do PS). É o retrato de um vencedor.
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Sob a capa bondosa do progressismo, do ecologismo e do europeísmo, o ‘centralismo democrático’ do Livre está bem e recomenda-se.
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