Passos Coelho venceu as legislativas e perdeu o poder. Acontece. Churchill, que era Churchill, venceu a guerra e perdeu as eleições de 1945. Todas as carreiras políticas terminam em fracasso? Talvez. Mas a história é outra história. Sobretudo quando somos nós a escrevê-la (como dizia o velho Winston).
Agora que Passos deixa a liderança do PSD (e bem), era bom ter um testemunho para memória futura. Não que isso seja determinante para reconhecer o óbvio: a obstinação do senhor à frente de um governo de emergência – ironicamente, a mesma obstinação que o cegou depois de 2015 – reserva-lhe um lugar distinto na nossa curta experiência democrática. E Churchill, convém lembrar, regressou, triunfal, em 1951.
Critiquei Passos nos anos da ‘troika’. Sempre achei, contra a piolheira opinativa reinante, que o alvo do colunista devem ser os governos, não as oposições. Mas tiro o meu chapéu na hora do adeus.
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Nas próximas presidenciais, e contando com dois mandatos para o próximo inquilino, a abstinência pode chegar aos trinta.
André Ventura não precisa de fazer campanha para as presidenciais.
Eu, no lugar do dr. Pureza, começava desde já a procurar um colete salva-vidas.
Se este cenário se confirmar, não teremos apenas dois nomes ‘anti-sistema’ a disputar o vértice do sistema.
Bem vistas as coisas, as manobras da defesa são favores que José Sócrates nos faz.
Só os ucranianos podem decidir sobre o assunto, não cabendo aos europeus dar a resposta por eles.