Muito se tem dito como tudo será diferente em Angola depois das eleições de hoje, pelo simples facto de José Eduardo dos Santos (’Zédu’) se ir embora. Talvez venha a ser diferente, mas não por vontade de Zédu.
Desde logo, porque nomeou um fiel para sucessor. João Lourenço só pretende seguir o legado do ‘Arquiteto da Paz e Pai da Nação’.
Depois, porque assegurou a sua capacidade para nomear os chefes de todas as forças de segurança nos próximos quatro anos (prorrogáveis por mais quatro). Finalmente, porque se entreteve a disseminar a família pelos cargos mais importantes do país.
O mais importante é, sem dúvida, a presidência da Sonangol, que entregou à filha Isabel dos Santos. Muita gente considera esta a posição mais importante do país, mais até do que a presidência da república.
Mas o filho mais velho, José Filomeno, também foi presenteado com algo significativo: a presidência do Fundo Soberano de Angola.
Outros filhos ocupam cargos menores, mas só a Sonangol e o Fundo bastam para ter a economia na mão e, logo, o controlo sobre a distribuição dos recursos.
Somando–se a isto o controlo das forças armadas, da polícia e da espionagem. Zédu afasta-se por estar muito doente, mas não do comando do país.
Sim, tudo será diferente: não na efetiva democratização de Angola, mas na incógnita que se abre sobre como aceitará a elite angolana esta entrega do poder.
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