O Governo decidiu fazer uma grande festa a propósito do ‘menor défice da democracia’ (com direito a outdoors e tudo). Mas o que nos tinha prometido, vai para a eternidade de seis ou sete meses, era que estaríamos agora a celebrar ‘o maior crescimento económico desde o conde D. Henrique’ ou ‘a menor austeridade desde el-rei D. Duarte’. A esquerda andou anos a acusar de ‘neoliberal’ ou ‘austeritário’ (praticamente um fascista, portanto) quem se preocupava com o défice. Agora, anda aí numa orgia de celebração ‘neofascista’ (pelo menos pelos seus critérios).
Quando subiu ao poder, prometeu um ‘tempo novo’ cheio de prosperidades. Chegados ao fim do primeiro Orçamento, verificamos que, para alcançar o ‘menor défice da democracia’, o Governo se socorreu de velhas manhas ‘neoliberais’: substituiu os impostos austeritários diretos pelos impostos austeritários indiretos, pôs em causa o funcionamento de serviços públicos cativando despesas, cortou à bruta no investimento público. O ministro das Finanças vangloria-se imenso pela sua capacidade para ‘executar o Orçamento’. Mas, precisamente, ‘o menor défice da democracia’ só foi alcançado porque o Orçamento não foi executado: os impostos renderam muito menos do que o previsto (porque o crescimento económico foi muito menor), logo foi preciso cortar à grande na despesa. Noutros tempos, uma coisa destas já tinha dado direito a um rol de manifestações da CGTP, do PCP e do BE contra ‘o fim das conquistas de Abril’.
Com um ano e meio de esquerda no poder, o crescimento económico é menor do que no ano final de Passos Coelho, o investimento cresce menos, as exportações também, assim como o consumo – esse xangrilá da esquerda de outrora. Não fora o maná do turismo, aliás responsável por uma nova bolha imobiliária, e estaríamos talvez no meio de outra recessão. Como é belo o ‘tempo novo’.
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