Neste momento, tudo conspira contra Passos Coelho. No outro dia, apareceram umas estatísticas a mostrar que a economia tinha crescido mais do que se imaginava. Bem pode Passos Coelho dizer, com razão, que a economia cresceu na base das exportações e do turismo, que é o seu modelo, e não do consumo interno, que é o modelo do Governo. A verdade é que o resultado é o mesmo. Bem pode o CDS dizer que 1,2% de crescimento no fim do ano é miserável e que, miserável por miserável, antes os 1,5% sob o Governo Passos no ano passado. Mas a verdade é que sempre é crescimento, por muito que isso pouco se deva ao Governo.
Fossem só estes os seus problemas e estaria Passos Coelho muito bem. O pior foi mesmo aquilo que a Comissão Europeia (CE) apareceu a dizer ao aceitar o Orçamento de 2017: desde logo, aceitou-o, apesar de achar que terá um ‘desvio significativo’ em relação ao acordado; depois, aconselhou todos os governos da zona euro a desequilibrar mais os orçamentos para estimular a economia. A CE está em pânico com a possibilidade de ‘trumpismos’ europeus, em Itália, em França, na Holanda. A verdade é que nunca deu borlas destas a Passos. De certa forma, é o fim do passismo: Passos sempre justificou a austeridade pelo exemplo europeu. Agora, ele funciona ao contrário, embalando Costa para uma vida folgada.
Tudo isto dá força às oposições internas do PSD, que já se vinham fazendo sentir, com o inevitável Rui Rio à cabeça. O PSD começa a desconfiar que, afinal, Costa talvez esteja mesmo para durar. Rio é a promessa de um entendimento com Costa, num novo Bloco Central a aparecer para quando a geringonça se tornar inviável. Bloco Central esse também muito do agrado do Presidente, que aliás não perde uma oportunidade para malhar em Passos Coelho.
Passos Coelho diz que não vai mudar. Mas perante isto, não será melhor pensar outra vez?
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