De uma coisa ninguém se pode queixar: António Costa diz ao que vem e vem para se manter no poder. Essa é a sua agenda, cristalina e transparente. Esse tem sido o principal traço da sua governação, desde o primeiro momento em que engendrou uma vitória com a soma dos vários derrotados.
Esse é o seu jeito particular: a cada circunstância, vai para o lado que lhe dá mais jeito – o que não é, necessariamente, o lado que dá mais jeito ao País. Veja-se o que se passou com a nova taxa que o BE queria para o sector das energias renováveis.
A palavra dada pelo governo numa sexta-feira (que sim, que haveria uma nova taxa) passou a ser diferente da palavra dada na segunda-feira seguinte (que afinal não haveria taxa alguma).
O que podia parecer uma traição ou ligeireza do governo é, sob este ponto de vista, uma demonstração de firmeza e de fidelidade do primeiro-ministro: António Costa é fiel ao seu objectivo e agarra-se ao poder com toda a força que tem. Só isso explica a sucessão de trocas e baldrocas, piruetas e flic-flacs à retaguarda, como se nada fosse.
As suas críticas virulentas às empresas de energia, há poucos meses, serviram para passar a mão pelo pêlo dos seus parceiros, quando isso foi importante.
Ao ponto de a pretensão do Bloco para as renováveis ter sido fechada com o governo dois dias antes da aprovação do Orçamento de Estado para 2018. Só que, à última da hora, Costa virou o bico ao prego e deixou os bloquistas à beira de um ataque de nervos (embora não suficientemente para chumbarem o OE, o que mostra que estão a ficar tão ‘flexíveis’ quanto o primeiro-ministro).
Agora, a conversa de Costa já é outra – que os contratos são para respeitar, as regras não podem ser mudadas a meio do jogo e não se pode espantar o investimento estrangeiro. Coisas que este governo ignorou olimpicamente sempre que lhe deu… jeito. A palavra mágica de Costa.
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