Há poucos anos, ficámos chocados com os violentos ataques a escolas e os raptos de meninas pelos fundamentalistas do Boko Haram, no norte da Nigéria. Mas a distância, física e mental, cedo apagava em nós o incómodo da triste sorte dessas crianças e do terror por elas vivido. Agora tudo mudou. O ataque de Manchester, num concerto onde assistiam sobretudo crianças e adolescentes, muda ou devia mudar tudo. A ditadura do politicamente correcto pesa muito sobre a consciência ocidental mas chega um dia em que as verdades têm que ser ditas.
Começando por assumir as diferenças civilizacionais, culturais, políticas e religiosas que existem entre a Europa e o mundo do Islão, com os seus 1,6 mil milhões de pessoas. Estas diferenças existem e têm uma expressão real no nosso quotidiano e na forma como encaramos a vida. Pensemos na liberdade de expressão, de religião e de cultos, nos mais básicos direitos humanos e cívicos, na igualdade entre homens e mulheres.
O que tem acontecido é que apenas a Europa tem feito o esforço de aproximação, com uma tolerância infinita e uma abertura que não encontra eco do outro lado. Porque há lados, também.
Não estou, obviamente, a confundir o islamismo com o terrorismo islâmico. Mas o primeiro tem servido, abusivamente, de justificação para o segundo. E o que se vê é que da parte do Islão não há um esforço proactivo para reduzir a proliferação do radicalismo e do fundamentalismo que levam aos actos terroristas.
A integração é uma estrada de duas vias, não só de uma. Tem que haver vontade de colaboração dos dois lados, tem que se ir aos locais de onde irradia o terrorismo e enfraquecê-lo lá, tem que se aprofundar os serviços de informação e, se necessário, ter uma política mais securitária, sim.
Sem preconceitos, temos de defender aquilo em que acreditamos. Defender o futuro das nossas crianças. Da nossa civilização.
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