Que uma imagem vale mais do que mil palavras voltou a provar-se na semana que agora passou. A outrora mais populosa cidade síria, Alepo, com mais de dois milhões de almas, sofre os horrores da guerra civil há já quatro anos. Alepo ouve o galope constante dos cavaleiros do apocalipse, com silvos de balas, morteiros e mísseis, desde que Omran, o menino que vemos na imagem, foi bebé de colo.
Pelo controlo de Alepo, morrem combatentes em nome de Hassan, o ditador da Síria, outros em nome da democracia, outros em nome do Daesh. Outros ainda em nome do dinheiro movido pelo negócio da guerra. Que é a maldição de todos. E todos morrem, até os comandantes das várias forças no terreno. Mas é reposto sangue novo e a guerra não pára. Não há acordos estáveis nem sequer para a entrada mínima de apoio humanitário.
Voltemos ao menino da foto, ele e a sua família foram atingidos pelos cegos ataques aéreos russos. Omran foi resgatado dos escombros e a sua carita inchada, pintada a sangue na fronte esquerda, deu a volta ao Mundo.
A experimentada pivô da CNN, Kate Bolduan, não se conteve e chorou em direto ao relatar as imagens. O que mais impressiona é que, ao contrário de Kate, o menino não chora. Antes chorasse.
Com o seu choque demasiado profundo para expressar emoções, Omran indignou o Mundo. De Moscovo a Washington, a opinião pública global exige uma solução para esta louca guerra com dezenas de milhares de civis a procurar sobreviver ao fogo cruzado.
É irónico que a imagem de um menino, considerado ferido ligeiro, possa fazer mais pelo despertar das consciências do que a cifra cega de 4500 crianças já mortas pelo conflito.
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