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Octávio Ribeiro

Octávio Ribeiro

Costa, um animal de pântano

27 de novembro de 2016 às 01:48

Quantos, há um ano, apostariam que um governo frágil, assente em pilares parlamentares instáveis, poderia chegar ao final do mandato. Muitos, e este vosso escriba, apostavam na apresentação do Orçamento para 2017 como o momento de quebra na geringonça, por pressão interna dos sindicatos e forças da esquerda parlamentar, ou por via das cegas regras de Bruxelas. E, porém, Costa parece apostado em provar que é possível governar com base em compromissos abrasivos, em constante tensão e mutação.

Ninguém poderá saber quanto ainda durará esta nuvem onde o PS passa por entre os pingos da chuva, graças a reuniões, ora com o PCP, ora com o Bloco. Com Costa à beira de uma intenção de voto que lhe daria maioria absoluta, e os dois parceiros cada vez mais desconfiados dos efeitos sobre os seus eleitorados desta bígama relação em triângulo, especula-se agora sobre que Marcelo emergirá no pós-autárquicas. Ou mesmo antes, se o PSD encontrar um novo caminho para discurso e ação.

Nessa altura, Costa continuará a mostrar o seu golpe de cauda, no pântano que é sempre a política em Democracia. Mais para a esquerda ou para o centro, o líder do PS continuará no seu elemento natural, sempre a fazer o que dita a conjuntura, entre acordos e compromissos, que o mantenham ou reforcem no poder. Mais difícil do que a ascensão de Costa ao poder vai ser fazê-lo sair de lá nos próximos sete anos.

P.S.: Morreu um ditador clássico. Podia ser cantado por Homero ou Camões. Fidel Castro, o dono da ilha, fechou os olhos para sempre. Desde 2006, a ditadura passou para as mãos do seu irmão títere, Raúl. Rodeado pelos militares, protegido pela feroz e numerosa polícia política. Legitimado por leis aprovadas pela elite do partido. A História não poderá absolver quem mata, prende e oprime o seu povo para manter o poder ao serviço de dogmas.

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