Por estes dias, Marcelo Rebelo de Sousa parece achar que serve o País tentando caminhar a fazer espargata. O Governo está a mostrar um excelente trabalho, diz, mas os juros sobem; Costa é ótimo, mas tem de fazer "mais e melhor", repete. Centeno não tem, até agora, qualquer assinatura que o implique numa mentira grave que o torne insustentável. Tudo afirma Marcelo.
Isto é politiquice, mas política não é isto. Se Mário Centeno ainda não tem nenhuma assinatura em papel que o implique em perjúrio ao Parlamento, o Presidente tem a sua assinatura de promulgação num decreto- -lei feito à medida de um gestor bancário, que Centeno escolheu para líder da Caixa Geral de Depósitos. Marcelo colocou o seu nome num arrazoado de normas feitas num escritório de advogados (mais um), que Mário Centeno e o Executivo enquanto órgão colegial aceitaram. Que outra prova é necessária?
Essas normas visavam satisfazer as exigências de António Domingues para aceitar gerir a Caixa. Exigências inaceitáveis, que chocam com basilares princípios republicanos. Domingues queria gerir milhares de milhões públicos sem que aos cidadãos devesse explicações nem a aceitação de regras de transparência.
Neste lodo, que diz muito sobre a forma como a elite portuguesa olha para os deveres constitucionais, Marcelo defende Costa, Costa defende Centeno, Centeno é defendido por Marcelo e nenhum defende o decoro democrático.
Nem o bom senso, que ditaria um pedido de desculpas aos cidadãos que veem os seus impostos esvair-se para acorrer à Banca em detrimento da Educação, Saúde e Segurança.
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