Em 2001 tive de escolher entre continuar na Câmara da Figueira da Foz e ser candidato a um segundo mandato ou aceitar o convite/solicitação de Durão Barroso, então presidente do PSD, para ser candidato a presidente da Câmara Municipal de Lisboa. As sondagens davam-me, na altura, mais de 70 por cento dos votos se me recandidatasse na Figueira e os estudos de opinião sobre Lisboa apontavam para uma derrota com vitória de João Soares.
Na altura, Durão Barroso apresentou-me o desafio que me fazia com razões nacionais. Dizia ele que só eu conseguiria ganhar a Câmara Municipal de Lisboa e que, se isso acontecesse, certamente o Governo de António Guterres cairia e iríamos para eleições. Ele entendia que o país precisava de mudar de Governo logo no início de 2002. Assim veio a acontecer. Foi uma decisão que me custou muito, mesmo muito. Adoraria ter feito pelo menos mais um mandato na Figueira da Foz e levar a cabo a segunda parte do projeto que tinha para aquela cidade.
Aconteceu-me algo de parecido agora, com o convite que me foi feito pelo meu partido – e que já foi confirmado pelos seus responsáveis – para me candidatar de novo à Câmara Municipal de Lisboa. Desta vez, fiz uma opção diferente e optei por continuar onde estou. Seria para mim praticamente impossível dizer na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que a trocava pela Câmara Municipal da mesma cidade. As responsabilidades que tenho na minha vida pessoal, familiar e profissional privada também não facilitavam uma resposta afirmativa. Mas foi a ligação ao trabalho que está a ser desenvolvido na Misericórdia que mais pesou na conclusão a que cheguei.
Considero um privilégio poder continuar a servir os que mais precisam nesta instituição com uma tão relevante história.
Hão de compreender que não me é indiferente ser de novo convidado, quinze anos depois da primeira vez, para concorrer a presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Depois de ter vencido em 2001, recusaram-me a possibilidade de uma candidatura em 2005. Convidaram-me em 2009 e aceitei. Puseram- -me a questão em 2013 – a concelhia –, eu disse que não, e agora foi o que é público.
Já noutras ocasiões lembrei que a vida é feita de escolhas e privilegiado é quem pode decidir entre dois caminhos fantásticos.
Sou grato a quem me convidou, mas esta é a decisão que me faz ficar bem com a minha consciência.
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