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Pedro Santana Lopes

Pedro Santana Lopes

Correcção institucional

27 de outubro de 2017 às 00:31

Aquilo de que o país menos precisa é de um conflito institucional entre o Presidente da República e o Governo, em torno da questão dos incêndios.

Os portugueses depararam-se, nesta quinta feira, com surpreendentes notícias de um grande mal-estar no Governo, por causa do discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, em que o Chefe de Estado formulou uma série de exigências que alguns chamaram mesmo de ultimato político. É incontestável que o Presidente da República fez um discurso muito duro, chegando mesmo a dizer que se tornava essencial que o Parlamento tornasse clara a sua posição de apoio, ou não apoio, ao Executivo.

Vem agora fonte do Governo dizer que esse discurso provocou uma onda de choque porque o Presidente disse o que disse, apesar de já saber o que o Governo tencionava fazer nos dias seguintes, incluindo a saída da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa. Na prática, acusa o Presidente da República de ter querido antecipar e aparecer como o responsável por o Governo ir tomar as medidas que se impunham. Ainda anteontem, numa entrevista televisiva, tive ocasião de defender a harmonia e a estabilidade no relacionamento com o Presidente da República, quer da parte da oposição, quer da parte do Governo.

As acusações que são feitas pela tal fonte governamental ao Chefe de Estado são graves. Não me cabe, nem cabe a quem está de fora, dizer o que é falso ou verdadeiro. Uma certeza existe: o que está a acontecer agora é muito desagradável e não ajuda em nada os portugueses atingidos pelas tragédias dos incêndios florestais.

Pode ter terminado uma fase de encantamento recíproco no relacionamento entre o Presidente e o Governo. Mas esses encantamentos também não são muito aconselháveis, porque podem acontecer, eventualmente, desilusões como a que estará em causa, talvez de ambas as partes. Mais do que encantamentos ou exageros institucionais, importa é que haja correção institucional. É isso que tem de ser garantido.

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O que será?

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