Soares combateu trinta anos contra a ditadura do Estado Novo, trinta anos contra a hegemonia do PCP, primeiro na oposição clandestina, e depois no golpe para tornar Portugal um enorme porta-aviões soviético.
As armas de Soares sempre foram as mesmas. A imensa coragem, intelectual e física, a carismática forma de falar ao povo e às elites. O desassombro com que encarava os impossíveis.
Soares enquadrava todas as questões que o combate político lhe lançava, com um punhado de valores simples: Liberdade, Democracia, Estado de Direito, Tolerância, Socialismo. Poder.
Sim, Mário Soares bateu-se, com o risco da própria vida, por estes valores fundacionais de qualquer regime democrático.
Sim, depois de atingir o poder, de espalhar as suas peças pelo aparelho do Estado – até Macau –, pelas mais fortes empresas privadas, pelas redações de jornais e televisões, Soares comportou-se como o rei que mereceu ser.
Devemos imenso a Mário Soares, sem dúvida.
Mas, se me é permitida nota pessoal, não escondo a amargura de saber que o único político capaz de me atirar para a rua em multidão, nos combates pelos valores que o vi defender, depois, fez desses superiores princípios uma leitura instrumental e amiguista.
Do caso Emaudio ao processo Marquês.
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