Baltazar Rebelo de Sousa, ministro do Ultramar em 1973 e um dos políticos mais destacados do antigo regime, morreu ontem, aos 81 anos de idade. O funeral realiza-se hoje, saindo o corpo às 14 horas da Igreja de Santa Isabel, em Lisboa, para o cemitério dos Prazeres. A cerimónia é antecedida por uma missa, às 13 horas, e o corpo estará na igreja a partir das 11 horas.
Pai do ex-líder do PSD e comentador político Marcelo Rebelo de Sousa, Baltazar Rebelo de Sousa foi governador de Moçambique entre 1968 e 1970, tendo desenvolvido um percurso político próximo de Marcelo Caetano. O primeiro-ministro, Durão Barroso de visita à Bósnia-Herzegovina, já lamentou a sua morte: "Baltazar Rebelo de Sousa era um patriota, um homem que procurou sempre servir Portugal".
Baltazar Rebelo de Sousa desempenhou funções de comissário nacional da Mocidade Portuguesa e de subsecretário de Estado da Educação de Marcelo Caetano. Foi ainda ministro dos Assuntos Sociais e das Corporações e Previdência Social. Uma das figuras mais destacadas do Estado Novo, Baltazar Rebelo de Sousa assumiu-se desde cedo como um reformista do regime fundado por Oliveira Salazar, deixando marcas nas políticas nacionais de saúde e, sobretudo, na africana. Desempenhou o cargo de governador de Moçambique entre 1968 e 1970, tendo impulsionado a “africanização" do regime na ex-colónia portuguesa. A visão estratégica que evidenciou então viria mais tarde a ser elogiada pela própria Frelimo.
Durante o ano e meio que passou em Lourenço Marques, hoje Maputo, era regular o convívio que mantinha com escritores, artistas plásticos e musicólogos moçambicanos, como Malangatana, José Craveirinha e Garizo do Carmo, procurando igualmente um contacto próximo com os cidadãos mais desfavorecidos.
Regressado a Portugal, acumula os ministérios das Corporações e Assistência Social e da Saúde e Assistência, seguindo uma política de alargamento da rede de cuidados médicos e melhoria das estruturas hospitalares. Um conjunto de medidas que o situaram na "esquerda" do regime.
Em 1973, Marcelo Caetano, incontornável referência no percurso político de Baltazar Rebelo de Sousa, nomeia-o ministro do Ultramar, cargo que desempenhava aquando do 25 de Abril de 1974. Após a "Revolução dos Cravos" exilou-se no Brasil em Junho de 1974, onde permaneceu durante 17 anos.
A ligação de Baltazar Rebelo de Sousa a Marcelo Caetano começou muito antes de este último assumir a chefia do Governo. Em Setembro de 1968, ambos integraram o influente "grupo da Choupana", uma tertúlia de elementos ligados ao regime mas com perspectivas críticas em relação à política de Salazar.
E quando Marcelo Caetano é nomeado ministro das Colónias, Baltazar Rebelo de Sousa, ainda universitário, assume funções de seu secretário. A sua participação no Governo inicia-se em 1955, aos 34 anos, quando é nomeado subsecretário de Estado da Educação Nacional, cargo que desempenha até 1961.
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