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Montenegro distancia-se de Rio e troca parlamento por televisão

Ex-líder parlamentar avisa que PSD não pode ser bengala do PS.

18 de fevereiro de 2018 às 01:30

O ex-líder parlamentar do PSD sai temporariamente de cena, mas Luís Montenegro regressará ao palco político para disputar a liderança. E, nessa altura, sem "pedir licença a ninguém". Avisando que para já não será "oposição interna" ao líder, Montenegro desafiou Rio e não poupou críticas à forma como o ex-autarca geriu o percurso até à liderança do partido.

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O deputado começou por anunciar que sairá do Parlamento a 5 de abril, quando cumpre 16 anos de atividade parlamentar. O ex-líder parlamentar vai dedicar-se ao comentário político e passar mais tempo com a família: um período de nojo do consulado de Passos Coelho, sem abandonar o palco político. Aos militantes, o ainda deputado justificou que não avançou com uma candidatura à liderança por um "exercício de liberdade".

"Não fui eu que estive à espera de disputar a liderança do PSD entre desejos alternantes de ser primeiro-ministro ou Presidente da República", atirou. E "para aqueles que lhe querem colar o selo de falta de coragem, que o façam", adiantou o ex-líder parlamentar, frisando que "há alguém que deve ter a caderneta cheia", numa alusão às hesitações de Rio sobre o momento de concorrer à presidência do partido.

Se dúvidas houvesse sobre quem era o destinatário do recado, Montegro foi ainda mais explícito: "Acusar de falta de coragem alguém que passou os dez últimos anos, não no sofá ou numa cadeira de resguardo da refrega política, mas a dar o corpo às balas, a defender com unhas e dentes o partido e garantindo a coesão do PSD, é inusitado e injusto."

Sobre o futuro no partido, Montenegro assumiu que terá uma palavra a dizer nos próximos anos: "Desta vez decidi não, se algum dia entender dizer sim, já sabem, eu não vou pedir licença a ninguém."

Antes de lembrar que não quer ver o PSD a "servir de bengala" ao PS após as legislativas, Montenegro fez um pedido ao novo líder. Recuperando as palavras do ex-autarca no dia em que ganhou as diretas, Montenegro desafiou-o a "não deixar que o PSD se transforme no grupo dos amigos do Rui Rio ou na agremiação dos interesses do Rui Rio". "Sei que se irá afastar da intrigalhada e da mesquinhez política", rematou o parlamentar.

Ex-bastonária dos advogados é a surpresa 

Apesar de Rui Rio ter tentado consensualizar as listas para os órgãos nacionais com Santana Lopes, são várias as distritais descontentes com o novo líder. Algumas delas até apoiaram Rio nas eleições diretas, como foi o caso de Viseu e do Porto.

Para o núcleo duro, além de Elina Fraga, Rio escolheu também Nuno Morais Sarmento, ex-ministro, Isabel Meirelles, que foi candidata do PSD à Câmara de Oeiras, David Justino, ex-ministro da Educação, Salvador Malheiro, autarca de Ovar, e Castro Almeida, ex-secretário de Estado.

Alberto João Jardim promete "bengaladas" 

O ex-presidente do governo da Madeira Alberto João Jardim prometeu "bengaladas" aos militantes do partido se se mantiverem as "guerras de alecrim e manjerona". 

Jardim apelou ainda a Marcelo que não seja um Presidente "situacionista, mas que seja capaz de fazer um referendo em Portugal sobre a Constituição". "Agora, mais do que nunca, vamos unir-nos", disse o histórico do partido.

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