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Túnel de Ceuta já abriu

Ao fim de dez anos de estudos e obras, foi ontem aberto ao trânsito o Túnel de Ceuta, no Porto.

18 de outubro de 2006 às 00:00

Na cerimónia de abertura do túnel esteve o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio, que lembrou o processo de construção “com muitos aspectos negativos”, esperando que “no futuro nunca mais se repita nada igual e que nenhuma outra obra demore dez anos”.

Apesar da insistência dos jornalistas, o autarca não comentou nenhum momento do processo, apesar de admitir que “houve erros”.

“O importante no processo é aprender com tudo que aconteceu e o relacionamento entre a Câmara do Porto e o Governo não se confina apenas ao Túnel de Ceuta. Há outros dossiês importantes que vão exigir um diálogo aprofundado, para bem da cidade”, acrescentou.

À margem da inauguração, Rui Rio escusou-se a comentar a situação existente no Rivoli. “Poderá amanhã [hoje] não haver qualquer espaço nas televisões e nos jornais para a notícia sobre a abertura do Túnel de Ceuta, mas não será por minha responsabilidade”, afirmou o edil, referindo-se à possibilidade de o espaço ser preenchido com os ‘okupas’ do Teatro Rivoli.

A parte final do Túnel de Ceuta, aberta ontem ao trânsito com três meses de atraso, tinha sido embargada pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) pelo facto de sair junto à entrada do Museu Soares dos Reis.

O embargo ocorreu ainda no Governo de Santana Lopes e transitou para a actual ministra da Cultura. Só passados meses e queixas em Tribunal é que a situação foi ultrapassada, alterados que foram alguns pormenores ao projecto inicial, com a inauguração de uma segunda saída do túnel junto ao Jardim do Carregal. Levantado o embargo, a saída junto ao Museu Soares dos Reis entrou ontem em funcionamento às 11h40.

A saída do túnel dista 78,3 metros da entrada do museu. Ao cimo da rampa foram colocadas bandas sonoras e um sinal que proíbe a circulação a mais de 30 quilómetros/hora. Na rua foi colocado um lajeado de granito amarelo que também obriga os condutores à redução da velocidade.

DUAS SAÍDAS

O Túnel de Ceuta, que começa na Praça Filipa de Lencastre, tem duas saídas. Uma para o Serviço de Urgência do Hospital de Santo António, já a funcionar há meses, e outra junto ao Museu Soares dos Reis, que abriu ontem.

DADOS DA OBRA

A saída do túnel mantém os mesmos 78,3 metros previstos no projecto inicial, mas o IPPAR conseguiu que a rampa ficasse um por cento mais inclinada, o que permitiu recuar as saliências das paredes do túnel 5,3 metros. Esta inclinação obrigou à deslocação em 9,5 metros da relação da rampa com a superfície da rua e recuar 5,8 metros o guarda-corpos da frontaria do museu.

O processo do Túnel de Ceuta começou ainda com Fernando Gomes como presidente da Câmara. Continuou com Nuno Cardoso, mas só agora terminou. Pelo meio faliu um dos construtores, o projecto não foi aprovado e a 21 de Fevereiro Rui Rio foi ouvido no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) e constituído arguido no âmbito de um processo por desobediência ao embargo do IPPAR e por prejuízos ao Museu. Agora, tudo foi ultrapassado.

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