Emigrante investigado por lavar milhões da máfia italiana tem de pagar 315 mil euros para ficar em liberdade.
Um dia depois de ter sido capturado numa mega-operação nos EUA, Abel Rodrigues, o emigrante português suspeito de lavar milhões de dólares da máfia italiana no restaurante de que é dono, em Newark, Estados Unidos, saiu em liberdade.
Com uma fiança estabelecida nos 400 mil dólares (cerca de 315 mil euros), foi dada a hipótese ao português de pagar dez por cento do total – 40 mil dólares (31 500 euros) – para poder aguardar julgamento em liberdade. Arrisca até 20 anos na cadeia. Natural do lugar de Real, na freguesia de
S. Paio, em Melgaço, a detenção de Abel Rodrigues deixou a população em choque.
"Andámos juntos na escola, somos amigos há muitos anos. Ainda no verão falámos, disse-me que estava tudo bem e eu longe de supor que ele se tivesse metido num esquema destes", contou ao CM José da Ascensão Afonso, presidente da junta de freguesia de S. Paio, que conhece Abel e a família "desde sempre". Segundo contaram ao CM amigos do emigrante português, Abel Rodrigues vem a Portugal uma ou duas vezes por ano. "Já veio com os filhos, mas vem quase sempre sozinho, sobretudo em agosto. Assiste às quatro festas da paróquia, uma em cada fim de semana do mês. Por vezes vem em outubro ou novembro, para ajudar a mãe, que vive cá, a fazer a poda". Apesar da detenção ser comentada por todos na freguesia de S. Paio, os mais próximos confessaram ao Correio da Manhã que "ninguém tem coragem de contar à mãe do emigrante, de 90 anos, e com graves problemas de saúde, com medo que a notícia a mate".
Ao que o CM apurou, a idosa falou com o filho pela última vez no domingo. Abel disse à mãe que estava tudo bem. O emigrante foi preso terça-feira, com dez elementos da máfia italiana. Só ele e outro detido saíram em liberdade quarta-feira à noite, após pagarem a fiança. Fonte da Procuradoria de Nova Jérsia, disse ao CM que "o restaurante Portucale, em Newark , nos EUA – usado pelo português para lavar 315 milhões de euros da máfia – foi um dos quatro imóveis apreendidos ao emigrante, assim como sete contas bancárias, com milhares de euros". n
Preso em rede da máfia genovesa
Abel Rodrigues, 52 anos, fazia parte do esquema que rendeu à rede Genovesa, à qual pertencia, mais de sete milhões de euros nos últimos quatro anos. Segundo os investigadores que lideraram o processo de Abel Rodrigues e de outros dez elementos da máfia "operavam com velhos truques, agiotagem e lavagem de dinheiro, lucrando milhões. Era aliás no restaurante Portucale que os clientes, sem terem de dar identificação, trocavam cheques de elevados valores, sem registo, permitindo que a transação fosse feita sem deixar rasto. Abel cobrava três por cento de comissão. Ficava com um por cento e dava o restante a um elemento da máfia genovesa. O dinheiro era proveniente de tráfico de droga, apostas e outros esquemas da máfia. Todo o dinheiro arrecadado com o esquema era dividido entre os seus elementos.
Um dos chefes do grupo tem 80 anos e também ele foi detido numa megaoperação.
Durante anos, Abel Rodrigues utilizou o restaurante Portucale para o esquema de lavagem de dinheiro e até agora, em que o caso foi desvendado, nunca ninguém desconfiou, nem mesmo os funcionários, que ficaram em choque. Uma das trabalhadoras disse anteontem ao CM que quando chegaram ao restaurante na passada terça-feira Abel Rodrigues já tinha sido detido.
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