Monstro de Barcelos fica em prisão preventiva

Adelino Briote viu este sábado o Tribunal de Braga decretar-lhe a prisão preventiva, por estar indiciado da morte de três mulheres - um das quais uma grávida de 37 anos - e um homem em Barcelos.

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O suspeito remeteu-se ao silêncio na manhã deste sábado, quando foi presente ao juiz de instrução criminal do Tribunal de Braga. Recusou-se a responder às perguntas. Na sexta-feira, Briote também já não tinha falado com os inspetores da PJ que o abordaram. Antes, confessou à GNR ser ele o autor dos crimes, mas agora opta pelo silêncio.

A entrada na prisão tem uma agravante. Tendo sido condenado anteriormente uma pena suspensa de mais de três anos de prisão, por agressões a familiares, o novo crime deverá obrigá-lo a começar a cumprir desde já essa pena.

As vítimas são um casal de 80 e 84 anos, uma mulher de 58 anos e Marisa, de 37 anos, que estava grávida de sete meses. Adelino Briote que se entregou à GNR após os crimes, foi levado para PJ de Braga e deixou o local do crime às 15h50. Adelino Briote está indiciado por quatro crimes de homicídio qualificado, um deles agravado pelo facto de uma das vítimas estar grávida. Ao que o CM apurou na manhã deste sábado, responderá também pelo crime de posse de arma proibida.

Na sexta-feira, a freguesia de Tamel São Veríssimo, em  Barcelos, acordou em choque. Os corpos foram encontrados em locais diferentes. Três em duas casas distintas e um na via pública, na Travessa de São Sebastião.

No próprio dia, o comandante do destacamento da GNR de Barcelos confirmou que o homem se tinha entregado. Confessou o crime aos militares, mas terá ficado em silêncio perante os inspetores da Polícia Judiciária.

"Já foi identificado o autor confesso dos crimes", disse no local o comandante Adelino Silva, acrescentando que "os homicídios foram com arma branca através de ataque à zona do pescoço das vítimas". Em declarações às autoridades policiais, o homem recusou explicar a motivação para a autoria confessa dos quatro crimes.

A arma foi posteriormente atirada pelo homicida, que terá 63 anos, para o telhado de uma casa vizinha. 

Segundo apurou o CM, o homem estaria a cumprir uma pena suspensa de três anos depois de ter sido condenado por violência doméstica contra a ex-mulher, de quem se divorciou num processo litigioso em 2012, e a ex-sogra. No ano passado, Adelino Briote esteve um mês internado na ala psiquiátrica do Hospital de Braga.

Tinha prometido vingar-se dos vizinhos

O suspeito do quádruplo homicídio tinha prometido vingar-se dos vizinhos que testemunharam contra ele num processo em que foi condenado por violência doméstica.

"Já tinha ameaçado que se vingaria dos vizinhos" que também se recusaram a depor em seu abono, disse o presidente da Junta de Freguesia de São Veríssimo, João Abreu, aos jornalistas.

Desde então, e segundo vários testemunhos hoje recolhidos no local do crime, o homem ameaçou vingar-se quer de quem se recusou a testemunhar em seu abono, quer de quem foi a tribunal dar conta de que presenciou as agressões.

Hoje de manhã matou, "com uma arma branca", um casal de idosos, ele de 84 anos e ela de 80, uma mulher de 58 anos e outra mulher de 37 anos, grávida de sete meses.

Inicialmente, a GNR tinha sido informada de três mortes, mas terá sido o presumível homicida quem deu conta de que tinha feito uma quarta vítima, conduzindo as autoridades até à casa da mulher grávida.

Espancou a sogra e a filha grávida em 2015

Adelino Briote andava perturbado desde que a mulher saiu de casa e foi viver para o estrangeiro. Em março de 2015, após anos de discussões familiares, pegou num ferro e espancou a sogra, de 75 anos, e a filha, na altura grávida de 17 semanas, em Tamel, S. Veríssimo, Barcelos.

Foi detido pela GNR e levado a tribunal. Ficou sujeito a termo de identidade e residência, proibido de circular na freguesia e de se aproximar das vítimas. O homem não conseguiu lidar com a separação. As divergências familiares entre o agressor e a sogra continuaram desde então.

"Quando chegámos ao local, deparámos com um cenário de extrema violência", descreveu na altura ao CM Jorge Cruz, dos Bombeiros de Barcelos, que prestaram cuidados às vítimas. O socorro foi dado primeiro à mulher mais velha, que tinha uma perna fraturada e vários ferimentos no corpo. "Só depois fomos alertados de que havia uma segunda vítima, de 32 anos e grávida, também com muito sangue na cara e ferimentos por todo o corpo, exceto na barriga, que foi a única coisa que protegeu", adiantou.

As duas vítimas foram assistidas no local. A idosa foi levada para o hospital de Barcelos e a mais nova para o de Braga. Adelino foi detido em flagrante.

Foi detido pela GNR e levado a tribunal. Ficou sujeito a termo de identidade e residência, proibido de circular na freguesia e de se aproximar das vítimas. O homem não conseguiu lidar com a separação. As divergências familiares entre o agressor e a sogra continuaram desde então.

"Quando chegámos ao local, deparámos com um cenário de extrema violência", descreveu na altura ao CM Jorge Cruz, dos Bombeiros de Barcelos, que prestaram cuidados às vítimas. O socorro foi dado primeiro à mulher mais velha, que tinha uma perna fraturada e vários ferimentos no corpo. "Só depois fomos alertados de que havia uma segunda vítima, de 32 anos e grávida, também com muito sangue na cara e ferimentos por todo o corpo, exceto na barriga, que foi a única coisa que protegeu", adiantou.