A edição de hoje
Suspeita tem 44 anos e está em prisão preventiva. Ateou as ignições entre 4 e 8 de julho com um isqueiro.
Cadastrada ateia quatro incêndios à porta de casa no Sardoal por estar revoltada com o Mundo
Por "revolta contra o Mundo e para chamar a atenção", uma mulher de 44 anos confessou ser a autora de quatro incêndios florestais que ocorreram nos dias 4, 6 e 8 de julho passado, numa zona florestal a escassos 100 metros da sua residência, no concelho do Sardoal.
A alegada incendiária foi detida poucos dias depois pela Polícia Judiciária e está em prisão preventiva, mas pretendia ser libertada, o que lhe foi negado pelo Tribunal da Relação de Coimbra, por existir um "elevado perigo de continuação da atividade criminosa" e por o "crime de incêndio florestal perturbar de forma grave a ordem e a tranquilidade públicas, criando sentimentos de revolta, indignação e pânico nas populações e intenso alarme na comunidade".
Para os juízes desembargadores, a "obrigação de permanência na habitação, ainda que com vigilância eletrónica", que a arguida pretendia que lhe fosse aplicada "não é medida de coação adequada nem suficiente", porque "sempre poderia sair de casa e praticar factos idênticos e porque em tais casos a comunidade espera uma resposta musculada por parte do aparelho judiciário".
Na altura em que foram ateados os quatro focos de incêndio, a mulher estava a cumprir uma pena de três anos e um mês, suspensa na sua execução e sujeita a regime de prova, pela prática de um crime de violência doméstica.
Os focos de incêndio foram ateados com um isqueiro, em mato e arvoredo mas próximo de caminhos e de habitações, tendo um deles sido combatido por mais de uma centena de operacionais. Em todas as situações, a mulher refugiou-se em casa "sem alertar os bombeiros e sem se preocupar com as consequências" e ignorando as "condições de risco máximo" que se verificavam, com temperaturas a rondar os 35 graus e baixa humidade relativa".
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