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Compra casa e carro elétrico com a venda de dados bancários na internet

Durante 7 anos, o arguido lucrou mais de 635 mil euros com o cibercrime. Bens adquiridos avaliados em mais de 300 mil euros.

04 de setembro de 2025 às 01:30

Entre o ano de 2015 e 2022, o arguido criou, usou e geriu, na darkweb, o site 'RaidForums'. Nesta plataforma eram comercializadas bases de dados apropriados ilegitimamente, contendo, por exemplo, números de identificação bancária, números de contas, dados de cartões de pagamento, credenciais de acesso a serviços de homebanking, dados de identificação civil, endereços de correio eletrónico e números de Segurança Social. Nestes sete anos registaram-se nessa página, quase 740 mil utilizadores, sendo que o criador do site obteve rendimentos de, pelo menos, 635 mil euros. Com esta quantia, indica o Ministério Público (MP), comprou uma casa e um carro elétrico - no valor global superior a 300 mil euros. Está acusado dos crimes de acesso ilegítimo e branqueamento.

Diz a acusação do Departamento de Investigação e Ação Penal Regional do Porto (DIAP Regional) que era com o dinheiro que conseguia através da venda de dados que fazia face a todos os gastos que tinha no dia a dia. À data da detenção, e apreensão de todos os dados, as contas bancárias tituladas pelo suspeito tinham um saldo global de mais de 259 mil euros. 

O MP refere que o arguido, enquanto administrador, detinha acesso ilimitado a todas as funcionalidades do site, assim como poderes para gerir a atividade dos membros. Enquanto administrador e utilizador do site, efetuou inúmeras publicações para venda de dados confidenciais obtidos ilicitamente e, paralelamente, a troco do pagamento de uma taxa, a chamada comissão, vendeu serviços de intermediário das transações (também apelidado de 'middleman') garantindo o sucesso das mesmas entre os utilizadores e membros do site.

É ainda referido na acusação, que os dividendos do site eram obtidos pelo arguido em criptoativos (criptomoedas), através de diferentes plataformas - posteriormente canalizados para o sistema bancário nacional ou para uma conta Paypal. Fruto desta atividade, o arguido obteve rendimentos astronómicos. A sua conduta só parou quando foi detido. A investigação a este esquema teve início em 2020.

O Ministério Público requereu a perda a favor do Estado dos bens e valores obtidos pelo arguido com a referida atividade criminosa. Entre os quais estão a casa e o carro elétrico adquirido. 

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