Rita Batista
JornalistaDébora Carvalho
JornalistaEncerrada a sessão
"É uma pergunta de criança": Sócrates critica procurador e convida-o a candidatar-se ao Parlamento
O MP questiona novamente Sócrates sobre o troço de alta velocidade Poceirão-Caia. “14 anos depois, temos um Governo a fazer exatamente o mesmo projeto”, diz Sócrates, que acusa o MP de "querer sustentar uma acusação criminal com base numa opinião política”.
"Agora temos um procurador a dizer que era um desperdício. Um desperdício foi não termos feito nada", continua o ex-primeiro-ministro, lembrando que "em Espanha, a conversa era igual, mas acabou por ser um êxito" e apontando ainda o caso de Marrocos. “Lembrem-se de 2014 quando o Tribunal de Contas dizia que isto era tudo uma aventura. Não, sr. Procurador, uma aventura foi não fazer nada”, conclui.
“É uma pergunta de criança!”, criticou Sócrates, perante uma pergunta do procurador Rómulo Mateus sobre o tema do TGV.
Depois, o antigo primeiro-ministro convidou o procurador a “candidatar-se ao Parlamento”. “Aqui não se trata de política, mas sim de justiça”.
MP explora relações internacionais de Sócrates
Questões em torno do grupo Lena irritam José Sócrates. Procurador do Ministério Público explora relações internacionais de Sócrates, nomeadamente na Venezuela.
Sócrates: "Mas se eu desempenhava funções na Octapharma que visavam desenvolver as relações na América, não é normal eu manter contactos lá?"
Recomeça a sessão
Pausa para almoço
Procurador defende que é importante reproduzir escutas para se ouvir o tom do arguido
Sessão retomada. Procurador insiste na reprodução da escuta. Salienta que é importante ouvir a voz, o tom do arguido. Refere que ouvir não é o mesmo que ler uma transcrição. A juíza diz que se deve dar prioridade às declarações do arguido e só se deve reproduzir a escuta se for notada alguma contradição.
Juíza delibera se vai reproduzir escutas. Sócrates irrita-se bastante e é chamado à atenção. Juíza: "Não é o senhor que dita as regras!"
Chamada entre Sócrates e Manuel Vicente é mesmo reproduzida. Juíza autorizou.
José Sócrates sente-se humilhado por ter sido reproduzida chamada da ex-namorada em julgamento
Procurado do MP questiona se, na qualidade de primeiro-ministro, José Sócrates se preocupou com "políticas de apoio à internacionalização de empresas portuguesas". O arguido responde que sim e o procurador questiona se, enquanto primeiro-ministro, usou contactos internacionais dele próprio para promover empresas portuguesas, Sócrates responde novamente que sim acrescentando que promoveu a "diplomacia económica". Procurador: "E o grupo Lena foi beneficiado por esta política de diplomacia económica? "Sócrates: "Não foi beneficiado nem prejudicado."
O Ministério Público pede para ser reproduzida a escuta entre Sócrates e Manuel Vicente, vice-presidente de Angola à data dos factos. Sócrates exalta-se: "O senhor procurador quer é pornografia... ao expor as pessoas aqui, como fez ontem (...) como ontem exibiram a conversa com a Fernanda Câncio. É para humilhar."
A juíza interfere: "A partir do momento em que há um meio de prova que consta no processo, o tribunal autoriza".
O advogado de Sócrates defende que se deve ler a transcrição e não reproduzir o áudio das escutas.
Momento de tensão obriga a parar julgamento. Juíza anuncia pausa depois de Sócrates se exaltar com a questão da reprodução das escutas. Linguagem do ex-primeiro-ministro alvo de reparo por parte da magistrada.
Sessão retoma em 15 minutos.
Sócrates apanhado em mais uma contradição: Afinal tinha o número de Salgado guardado antes do alegado jantar
A audiência começa com as questões do procurador do Ministério Público. O procurador quer esclarecer a relação de José Sócrates com Ricardo Salgado. MP pede para que sejam expostos os registos telefónicos do telemóvel de José Sócrates.
Procurador diz que a dada altura e ainda antes do alegado jantar em casa de Salgado há uma chamada que comprova que José Sócrates já tinha o número do ex-banqueiro guardado no dispositivo - Sócrates é 'apanhado' na segunda contradição: Tinha dito que, à data do alegado jantar, em abril de 2014, não tinha o contacto do Ricardo Salgado no telemóvel, mas a perícia ao telemóvel do antigo primeiro-ministro mostra que já tinha gravado o contacto do ex-banqueiro no aparelho nessa altura.
Sócrates responde: "Se tinha não me lembro. Eu lembro-me de receber uma chamada e nem saber quem era."
Neste momento o procurador quer provar que Sócrates, na noite do alegado jantar, esteve várias horas na zona da casa de Ricardo Salgado. São exibidos ficheiros que mostram as vezes em que as antenas foram acionadas.
Procurador: "Estes ficheiros gerados pelas comunicações comprovam que Sócrates esteve várias horas na zona."
Advogado de Sócrates interrompe a análise dos dados sobre a localização de José Sócrates alegando que são dados novos e que não podem estar a ser analisados em audiência sem uma analise prévia da defesa.
Magistradas mostram-se um pouco incomodadas com o reparo, e explicam que todos os dados que são analisados constam no processo. E, como tal, há legitimidade em analisá-los em audiência.
MP sugere que seja feito um pedido formal às autoridades competentes, e peritas na matéria, para que seja feita um resumo da análise dos dados relativos às antenas. Dessa forma será mais direta e rápida a análise em tribunal.
Sócrates: "Mas isto prova o quê? Que eu fiz 15 ou 20 chamadas naquela noite?! Quero referir que a antena das 23h51 era de uma rua mas entretanto numa outra chamada já é outra antena que se aciona, isso prova que já estava em trânsito."
"É que tudo isto é um mundo estranho para todos [refere-se aos dados expostos] e não quero questionar a legalidade dos dados até porque foi tudo autorizado pelo tribunal. Absolutamente tudo. A devassa total da minha vida. É extraordinário que o MP insista que fui jantar a casa do doutor Ricardo Salgado mas ao mesmo tempo admita que eu estive sempre em chamadas", diz o antigo primeiro-ministro.
Juíza: "E nessa noite falou com mais pessoas? Na casa do doutor Ricardo Salgado."
Sócrates: "Sim, houve alguém que me abriu a porta e me encaminhou até ao doutor Ricardo Salgado. Ele estava a ver um jogo de futebol."
Juíza: "Mas estava lá mais alguém?"
Sócrates: "Não. Que me lembre não."
Juíza: "Mas se tivesse jantado lá em casa lembrar-se-ia certo?"
Sócrates: "Mas é claro! Estou a dizer a verdade: não jantei lá em casa!"
Juíza: "E lembra-se se jantou nesse dia?"
Sócrates: "Se jantei?!"
Juíza: "Sim. Se parou em casa de amigos, ou se jantou em trânsito..."
Sócrates: "Sim, comi uma coisa leve."
Começa a sessão
Juízas acabam de entrar na sala de audiências
"Fortuna escondida simplesmente não existe": José Sócrates à chegada ao tribunal para a sétima sessão do julgamento
O antigo primeiro-ministro José Sócrates já chegou ao Campus da Justiça para a sétima sessão do julgamento da Operação Marquês e voltou a atacar o Ministério Público e os jornalistas.
José Sócrates afirma que apresentou todos os relatórios sobre a empresa Lena, que até perdeu dinheiro, garantindo que "a fortuna escondida simplesmente não existe".
"O Ministério Público deve apresentar as suas provas, ainda não apresentou nada", reiterou Sócrates, garantindo ainda que o MP "não contradisse nada" do que o antigo primeiro-ministro disse em tribunal.
De seguida, atacou o jornalismo que, segundo Sócrates, "durante 10 anos sustentou coisas que são completamente inverdades" e, perante a indignação das declarações, o antigo primeiro-ministro disse ainda que "é uma crítica que [os jornalistas] devem aceitar com humildade".
Correio da Manhã
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