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Igreja revoltada exige intervenção de Marcelo

Bispo Anacleto Oliveira fala em causa nacional e defende que País não pode render-se como se fosse uma fatalidade.

21 de agosto de 2017 às 08:46

"É urgente a mobilização de todas as pessoas, sem exceção, e a começar pelos seus maiores responsáveis: O senhor Presidente da República que, além da posição única que ocupa, tem um jeito peculiar e um prestígio suficientemente reconhecido, até para liderar a mobilização de toda a Nação nesta causa nacional. Faça-o, senhor Presidente. Por favor." O apelo, perante milhares de pessoas após a missa em honra de Nossa Senhora da Agonia, foi feito ontem pelo bispo de Viana do Castelo.

D. Anacleto Oliveira disse que esta é uma "causa nacional" que deve envolver "todos os governantes, nacionais e locais, com os meios que só eles podem administrar". "Usem-nos bem, como servidores, não de si próprios, mas do País. Por favor", desafiou. "Nada há de mais poderoso e eficaz que um povo inteiro unido pela mesma causa", frisou, defendendo que "chegou a hora do País gritar bem alto: basta de fogos florestais".

"Basta, senhor Presidente da República. Basta, senhor primeiro-ministro e restantes membros do Governo. Basta, senhores deputados, oficiais e praças das Forças Armadas e policiais, juízes e outros responsáveis pela Justiça, autarcas de Portugal inteiro, bispos e padres e responsáveis de outras religiões, todos os cidadãos deste País. Basta, de vez, com tantos fogos a queimar a nossa Nação".

D. Anacleto disse que o País não pode "resignar-se como se de uma fatalidade se tratasse" e exortou a uma "mudança de mentalidades", que "forme e promova uma cultura anti-incêndios". "Uma mentalidade e uma cultura que, pelas proporções que venha a atingir e pelo domínio que venha e exercer sobre todos, eliminará, certamente e pela raiz, a mínima tentação de provocar mais fogos."

Para o bispo de Viana do Castelo, o que tem sido feito para acabar com os fogos "não chega" porque o "País está a arder, há semanas, há meses, há anos", numa "calamidade de proporções cada vez mais alarmantes".

"Obrigado, senhor Presidente da República, por tudo o que já tem feito, com a sua presença imediata e amiga nos lugares dos sinistros e com o conforto e a coragem que tão afetuosamente tem transmitido às pessoas atingidas. Mas não chega. O País continua a arder", disse.

O bispo agradeceu ainda "às corporações de bombeiros, das forças armadas e da proteção civil, aos juízes e outros promotores da justiça, aos trabalhadores da comunicação social, ao bom povo português, residente no País e fora dele".

"Não chega. O mal já está feito e o País continua a arder", sublinhou, lembrando que este ano "já ardeu mais do dobro da área ardida no ano passado, sem falar das pessoas mortas e das casas e outros bens destruídos".

PORMENORES 

Carro dos bombeiros arde

Um veículo pesado de combate a incêndios florestais (VCIF) da corporação de bombeiros de Penafiel ardeu, ontem, num incêndio em mato que deflagrou em Recarei, Paredes. O fogo, que lavrou durante três horas, foi combatido por 74 operacionais apoiados por 25 viaturas.

Cinco bombeiros feridos

O despiste do carro dos bombeiros de Felgueiras, ontem, feriu cinco homens em Freixo de Cima, Amarante. O acidente aconteceu quando iam a caminho de um incêndio. Os bombeiros ficaram com ferimentos ligeiros e foram hospitalizados.

Fogo extinto no Gavião

O incêndio que lavrava desde quinta-feira no concelho do Gavião, no distrito de Portalegre, foi ontem extinto, mas os meios mantêm-se no terreno para evitar qualquer hipótese de reacendimento, disse o presidente do município, José Pio. O Plano Municipal de Emergência foi desativado.

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